Adsense

quarta-feira, 8 de junho de 2011

FALTA POUCO PARA SER TRATADO PELO SR. PASSOS


Enquanto isto acontece, um historiador anda para aí, há meses, a chefiar uma equipa, todos os dias a contar "reis", "escudos" e "euros", para verificar o saldo da dívida de Portugal Continental à Madeira, durante os 500 anos. Mais do que História constitui um trabalhinho político que considero ridículo.

Não se trata de uma percepção, mas de uma certeza. Esta pressão que o presidente do governo regional da Madeira iniciou sobre o futuro primeiro-ministro, constitui a costumeira manobra com dois sentidos bem definidos: por um lado, a chantagem para ver se pega (o referendo para definir o futuro da Madeira, a Lei das Finanças Regionais, os 50 milhões, afamigerada carta e aqui vamos); por outro, criar um fait-divers que possibilita distrair o povinho do que por aqui é importante tratar, ao mesmo tempo que pretende gerar um facto que alimente a próxima campanha eleitoral. 
Em 2007, depois de bons resultados alcançados pelo PS, recordo, dezanove deputados na Assembleia Legislativa da Madeira, três deputados na Assembleia da República e várias câmaras que por um fio não foram ganhas pelos socialistas, o Dr. Jardim, pressentindo que a sua história política estava a chegar ao fim (2009), provocou eleições antecipadas, criou a história da Lei das Finanças Regionais, um notável embuste, que levou à queda, abrupta, do PS, de dezanove para sete deputados. Mais tarde, o próprio Tribunal de Contas, provou que a Madeira, com aquela Lei, tinha acabado por receber mais dinheiro do que no exercício anterior. Agora prepara-se para novo embuste, para voltar a enganar as pessoas, fazendo-se de vítima do inimigo externo, dos maus que por lá andam que não permitem que a Madeira avance. Sempre a mesma história para adormecer o povo e continuar "reizinho". Enquanto isto acontece, um historiador anda para aí, há meses, a chefiar uma equipa, todos os dias a contar "reis", "escudos" e "euros", para verificar o saldo da dívida de Portugal Continental à Madeira durante os 500 anos. Mais do que História, constitui um trabalhinho político que considero ridículo.
Bom, mas por este andar e porque o líder do PSD, em Lisboa, já disse que isto por aqui tem de ser controlado, eu diria, neste contexto, que falta pouco para ser tratado pelo sr. Passos. Tal como fez com o sr. Silva, hoje Presidente da República. A procissão ainda não está no adro, mas a guerra já tem início marcado. Por enquanto, limpam-se espadas naquela que tudo indica ser a fase psicológica do processo, embora com o de lá, certamente, a mandar arquivar a tal carta reivindicativa expedida na Sexta-feira anterior ao acto eleitoral.
Para já o Sr. Passos dificilmente virá ao Chão da Lagoa e o presidente afirma que vai "estrebuchar" se não vier mais dinheirinho, isto é, se não pagarem a louca factura dos milhões das dívidas acumuladas. Oh, povo, acordai e mudai o rumo da nossa História.
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Ravioti disse...

"Oh, povo, acordai e mudai o rumo da nossa História."
Já passou o 5 de Junho.
O Povo já fez isso.
Pois...tem razão. Falta nos Açores...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Apenas lhe digo, com sinceridade, aquilo que emerge da sabedoria popular: "cego não é aquele que não vê..."

Açor e Cagarra disse...

São todos cegos menos o Sr. Professor. É por isso que o PS Madeira não descola (pelo contrário).

André Escórcio disse...

Essa leitura apenas a si lhe pertence. Eu tenho-me por democrata, gosto do debate e nunca imponho as minhas teses. Não gosto é que partam do princípio já enunciado por um autor que não me recordo o nome: "a recusa em escutar uma opinião porque se tem a certeza que é falsa, é o mesmo que supor que a sua verdade é absoluta". Julgo que esta frase pertence a John Stuart Mill.