PRESIDÊNCIA DO GOVERNO OU CASA DE PASTO?

A sede da Presidência do Governo não é propriamente uma casa de pasto. O ainda presidente tem todo o direito de almoçar com quem quiser e entender, em um hotel de cinco estrelas ou na pensão estrela, isso é lá com o partido e com as opções em função do dinheiro disponível. Com o dinheiro dos contribuintes, não!

Leio que o Presidente do Governo Regional da Madeira, uma vez mais, reunirá, na sede do governo, com os deputados do seu partido, para, no meio ou através de um almoço, despedir-se daqueles que não integrarão a lista de candidatos do PSD-M às próximas eleições regionais. Um agradecimento partidário transferido para a Quinta Vigia, como se a instituição não fosse paga por todos os madeirenses e porto-santenses.

Trata-se de mais uma descarada utilização dos meios públicos, perante a apatia, o assobiar para o lado daqueles que têm a responsabilidade de zelar pelo cumprimento das regras políticas, de natureza democrática, institucional, ética e moral. A confusão é total entre o que é governo e o que é partido. Onde termina um e começa o outro dir-se-á que não existe uma linha de fronteira. Neste caso eu diria que a sede da Presidência do Governo não é propriamente uma casa de pasto. O ainda presidente tem todo o direito de almoçar com quem quiser e entender, em um hotel de cinco estrelas ou na pensão estrela, isso é lá com o partido e com as opções em função do dinheiro disponível do partido, da fundação ou de qualquer amigo da construção civil. Com o dinheiro dos contribuintes, não!

No momento que escrevo, certamente que os convivas "dispensados", estão a chegar junto do "Vigia da Quinta", na expressão feliz do Padre Martins Júnior, sorridentes para o repasto e, quase de certeza, na esperança de uma qualquer compensação após Outubro, pelos serviços prestados. Tu vais para ali e tu para acolá! Nunca se sabe, até porque não há almoços grátis e o "chefe" é mestre em compensar os que se vergam. Mas isso é lá com ele e com o seu partido. O que não aceito, enquanto cidadão, é a sistemática e abusiva utilização  das instituições públicas para fins de promoção partidária.

Depois, gostaria que alguém me explicasse qual a rubrica  orçamental que paga este serviço partidário! É que as listas e os deputados são de natureza partidária e órgãos de governo próprio são independentes dos partidos. Mas, neste como em outros processos, todos se calam, desde o Presidente da República ao Representante. Está tudo certo, numa terra onde a anormalidade substituiu a normalidade democrática e o respeito pelas regras que dela derivam.

E o Povo não vê isto?

Ilustração: Google Imagens.