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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

AFINAL NÃO EXISTEM INSUBSTITUÍVEIS


Já se passaram três meses desde a tomada de posse dos novos órgãos autárquicos para o quadriénio 2013/2017. Em sete dos onze municípios o povo disse NÃO ao PSD-Madeira. O curioso é que andaram a dizer, durante trinta e tal anos, "ou nós ou o caos" e, afinal, como se já não se soubesse, a realidade veio ditar que, de facto, não há insubstituíveis. As Câmaras não fecharam e a vida continua. Não faltou a água, os resíduos sólidos continuaram a ser recolhidos e tratados, os espaços públicos estão limpos e novos projectos foram apresentados em cumprimento das promessas eleitorais. Tudo concretizado com pouco dinheiro disponível. A falácia dos que se dizem insubstituíveis caiu por terra. E estou crente que, em outros espaços da governação, o mesmo acontecerá. Eles vão partir para o seu "exílio" político porque o povo abrirá portas à "MUDANÇA". Aliás, precisam disso, de passar à oposição, de percorrer os caminhos do estudo, da humildade e de lutarem, no seu próprio seio, contra a sua arrogância e a prepotência. Impõe-se um acto de contrição! Terão de aprender a democracia e ler muitas vezes os princípios e os factores do desenvolvimento, para que aprendam que as pessoas têm de estar sempre em primeiro lugar. Para que aprendam o básico de quem tem a responsabilidade de governar, que o crescimento é uma coisa e o desenvolvimento uma outra bem diferente. Para que aprendam, também, a liberdade, que todos são importantes na construção do bem-estar e que, portanto, essa coisa de ser "único importante" é reles e desadequado.


Como o é a tentação de controlar tudo e todos, açambarcar todos ou quase todos os lugares do associativismo, numa ânsia de quero, posso e mando e de imposição de uma só verdade. Terão de aprender a viver e conviver com a opinião dos outros, sem perseguições e distante dos fantasmas criados, repetidamente enunciados, onde sobressai que a culpa é sempre dos outros. E isso leva anos a aprender e a consolidar. Em 2015 a luta do povo será, novamente, pela LIBERDADE. A construção dessa liberdade é diferente da luta pela liberdade que o 25 de Abril veio determinar, mas não deixa de ser uma luta por uma outra liberdade a partir das experiências vividas durante quase quarenta anos. Antes, a PIDE/DGS, através dos "bufos" prendia e massacrava; estes aprenderam outras técnicas de condicionamento onde massacram sem uma única atitude violenta. Mas a violência existe, é mais subtil, mais "rafineé" no dizer do "chefe". 
Os sinais apontam para o desnorte dos ditos "insubstituíveis". Estão fragmentados e divididos em coutadas. Paradoxalmente, detestam e desejam o paizinho, querem-no longe, mas sentem-se órfãos quando em causa estão grandes e pequenos interesses. Dizem combater mas, no momento certo, a sensação que fica é que serão esmagados pela teia urdida durante quarenta anos na qual foram participantes activos e submissos. Dali nada pode sair de inovador, mesmo que façam um notável esforço para combater aquilo que sempre defenderam. Só um tratamento de oposição, ao jeito de retiro prolongado, possibilitará renascer do que hoje é cinza. A teoria "ou nós ou o caos" morreu. Os novos órgãos autárquicos estão a provar isso mesmo. Viva a MUDANÇA!
Ilustração: Google Imagens.

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