Para a comemoração dos 40 anos de Abril, o PSD-Madeira, intencionalmente, esquece-se que a Assembleia é a casa da democracia, que o 25 de Abril espelhou, naturalmente, vários posicionamentos ideológicos da sociedade que se reuniram em torno de partidos políticos e, portanto, que é ali, na Assembleia, que as diversas representações do POVO devem tomar a palavra. Os deputados não têm de ouvir estranhos à Assembleia, pois eles são a voz do povo. A maioria parlamentar (ou para lamentar) esquece-se que não é dona da Assembleia e que a democracia tem regras. Desta situação só se pode deduzir que mais esta pouca-vergonha apenas configura censura, bloqueio à liberdade e ao livre pensamento. Trata-se de gente que decide, que se aproveitou de Abril, que continua a se aproveitar, mas que continua a enfermar dos vícios do Estado Novo. A censura é que tem um formato diferente, a cerceação da liberdade tem contornos mais "sofisticados", pelo que o bloqueio ao livre pensamento traduz esta forma anti-democrática de sobreviverem no plano político. Só que vem aí uma maré que os varrerá, completamente. Entretanto, o Presidente da República continua imbecilmente calado!
Querem um Povo, cego, surdo e mudo! |
Nos últimos dias fomos confrontados com duas situações que me levam a dizer que este PSD-Madeira não tem conserto. Por um lado, o presidente do governo, confrontado com as consequências dos temporais teve o desplante de dizer que "(...) Aquilo que é da responsabilidade do Governo, o Governo vai fazer". No que diz respeito aos equipamentos que estão na alçada da Câmara Municipal de Machico e da Junta de Freguesia do Porto da Cruz, "(...) o Governo não se mete" (...) "até para dar cumprimento ao voto dos cidadãos", numa clara alusão à derrota que o PSD sofreu nas últimas eleições Autárquicas. depois, pareceu-me que de forma mal contada, o vice-presidente veio emendar a mão; por outro, o facto da maioria parlamentar ter decidido que a comemoração dos 40 anos do 25 de Abril de 1974 seria realizada no salão nobre da Assembleia com a presença de uma figura convidada para o efeito. Estes dois momentos denunciam, claramente, que esta gente não aprendeu nada com os resultados eleitorais de 29 de Setembro de 2013, não aprendeu nada nestes últimos trinta anos, e, por isso, não consegue ver o óbvio, isto é, não consegue perceber o crescente descontentamento da generalidade da população que já não os suporta. Guiam-se pelo livrinho laranja e ponto final.
Na primeira situação, perante as consequências dos temporais que devastaram certas zonas da Região, quando se esperava uma imediata compaginação de esforços no sentido de resolver os problemas que ultrapassam, em muito, a capacidade de intervenção municipal, o presidente do governo demostrou mau perder, ausência de sentido democrático, abandono do povo quando mais precisa, prepotência, arrogância, falta de noção que é um político fora de prazo, enfim, sinais de demência política numa ditadura disfarçada. Bem esteve o actual presidente da Câmara Municipal de Machico, Ricardo Franco que sublinhou: "(...) A Câmara de Machico debate-se com graves problemas financeiros, na sequência da governação dos anteriores executivos, que endividou a Câmara de uma forma que nós não podemos corresponder a outros tipo de situações prementes no Município", porque até "os trabalhos normais, como a limpeza, já é uma dificuldade, quanto mais agora com uma situação extraordinária inesperada de uma intempérie que provocou os prejuízos que provocou" (4,5 milhões de Euros). E disse mais: "(...) "noutras alturas a postura do presidente do Governo foi diferente", e apontou o exemplo do ex-Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates que "sendo de uma orientação partidária política diferente, veio "estender a mão" da solidariedade à Região, e nessa altura criou condições financeiras, com a Lei de Meios, para recuperar as desgraças de correntes do 20 de Fevereiro".
É à volta desta mesa que o PSD impõe as regras. A mesa anti-democrática! |
No segundo caso, a comemoração dos 40 anos de Abril, o PSD-Madeira, intencionalmente, esquece-se que a Assembleia é a casa da democracia, que o 25 de Abril espelhou, naturalmente, vários posicionamentos ideológicos da sociedade que se reuniram em torno de partidos políticos e, portanto, que é ali, na Assembleia, que as diversas representações do POVO devem tomar a palavra. Os deputados não têm de ouvir estranhos à Assembleia, pois eles são a voz do povo. A maioria parlamentar (ou para lamentar) esquece-se que não é dona da Assembleia e que a democracia tem regras. Desta situação só se pode deduzir que mais esta pouca-vergonha apenas configura censura, bloqueio à liberdade e ao livre pensamento. Trata-se de gente que decide, que se aproveitou de Abril, que continua a se aproveitar, mas que continua a enfermar dos vícios do Estado Novo. A censura é que tem um formato diferente, a cerceação da liberdade tem contornos mais "sofisticados", pelo que o bloqueio ao livre pensamento traduz esta forma anti-democrática de sobreviverem no plano político. Só que vem aí uma maré que os varrerá, completamente. Entretanto, o Presidente da República continua imbecilmente calado!
Ilustração: Google Imagens.
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