Em Maio de 2014 Jean-Claude Juncker defendeu que Portugal fez "um excelente trabalho", com uma "impressionante" "saída limpa", afirmando que os resultados vão chegar à vida das pessoas (...) "sei que o plano de resgate foi fortemente criticado, mas os resultados agora estão aí (…)”.
Ora, todos sabemos que isto não é verdade, que não há nada de impressionante em função dos sacrifícios do povo português. Estamos pior do que estávamos. A saída foi “suja” porque o défice já anda pelos 135%, a emigração continua, os sistemas de saúde e de educação resvalam e no âmbito social não há sinais de inversão da degradação.
A minha expectativa era que aquele ex-primeiro ministro luxemburguês não contasse com o apoio socialista português. Mas não, prometeu uma Europa diferente (!) e foi eleito presidente da Comissão recebendo o voto favorável da grande maioria dos eurodeputados portugueses, excepção feita ao PCP e Bloco de Esquerda. Carlos Zorrinho, líder da delegação do PS, Paulo Rangel, que foi o cabeça de lista da Aliança Portugal (PSD e CDS-PP), e Marinho e Pinto (até este), do Partido da Terra (MPT), deram o voto à direita política europeia. Entregaram-se à continuidade das políticas, isto é, ajoelharam-se perante Merkel, Lagarde e companhia. Estou certo que, como sempre acontece, alguma coisa será mexida para que tudo continue na mesma. Estou farto desta gente, dos oportunismos bacocos da política e de um disco que não deixa de tocar! Os falsos interesses continuam a falar mais alto, as promessas de apoio subjugam, as jogadas de tabuleiro e de corredor prevalecem em relação às questões essenciais que o povo reclama e a direita, aquela que nos está a esmifrar até ao tutano, com falinhas mansas, pois claro, levam os que se dizem de esquerda a comer o milho nas suas mãos.
Ilustração: Google Imagens.
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