O espectáculo público pelo poder interno do PSD-M está cada vez mais interessante. O texto do Dr. Miguel de Sousa, hoje publicado na página de opinião do DN-Madeira, a par de outros tantos, constitui a manifestação clara que Alberto João Jardim sempre foi um líder fraco. Politicamente foi um "chefe" nunca um líder político. Foi um homem que pensou na eleição seguinte e nunca na geração seguinte. Foi um político forte com os mais fracos e extremamente fraco com os mais fortes. O texto de hoje começa assim: "Cunha e Silva, em 10 de Abril, prometeu “mudar o que deve ser mudado”. Manuel António Correia, em 2 de Dezembro, diz “mudar aquilo que deve ser mudado”. A diferença é “aquilo”. Igual é tudo o resto. A falta de coragem em identificar e enunciar o que está mal e tem de ser mudado urgentemente, dadas as suas responsabilidades directas nestes últimos 14 anos de governação. Dizer o que deve ser mudado implicava reconhecer o que está errado. Era acusar o seu próprio governo das muitas más decisões e dinheiro mal gasto, perdido e pago pelos contribuintes. Não têm essa categoria. Ao contrário, andam por aí como “inocentes” da maior catástrofe financeira da História da Madeira, quando são os seus maiores e mais directos responsáveis: os que nos levaram ao Inferno da dívida sem que os seus investimentos sirvam seja lá para o que for. Campo de golfe da Ponta do Pargo (35 milhões nem para golfe nem para nada), marina do Lugar de Baixo (120), lagoa Santo da Serra, central de lixo no Porto Novo, centros cívicos, piscinas, restaurantes, bares, parque aquático, as bioalgas no Porto Santo (conhecidas pela fábrica do caldo verde), obras inacabadas, etc. Sem pudor ainda andam naquela de fazer adjudicações só para enganar as pessoas, como se elas fossem parvas e ainda dessem credibilidade a qualquer iniciativa desses dois cavalheiros, quais “anjos da morte” do nosso dinheiro. Prometem, em vésperas de eleições, construir a Escola Secundária da Ribeira Brava (já devia estar concluída e a funcionar) e traíram a promessa de construção de uma escola nova em Porto Santo. Isto é uma pouca vergonha. Até já nem o Secretário da Educação fala. Temos de acabar rápido com isto. A Madeira não aguenta mais asneiras. É o povo que paga. Não são eles! (...)".
Li em David Cohen, as paranóias das organizações (os partidos são organizações), isto é, as doenças organizacionais que acabam, por aproximação ao exercício da política, por afectar o povo, destroem a moral dos colaboradores (militantes) e podem ser a raiz para a destruição da liderança e para o desmantelamento de uma organização: o comportamento frenético, a depressão, a depressão frenética, a esquizofrenia, a paranóia, o comportamento neurótico e a intoxicação. Cohen sugeria que, neste quadro, colocassem a empresa (o partido) no divã, pela desordem, o caos e a falência. Por isso, a pergunta persiste: que medo(s) persegue Jardim?
Ilustração: Google Imagens.
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