Segui uma grande parte do debate na RTP-Madeira entre os candidatos da "Coligação Mudança" e do CDS-Madeira. Do que assisti, do meu ponto de vista estiveram bem. A cadeira do candidato Miguel Albuquerque (PSD) ficou vazia. E não precisou de lá estar. Lamentavelmente, o moderador, a espaços, acabou por fazer o contraditório. Apenas dois exemplos entre vários: é-me difícil compreender o propósito da insistência na política autárquica do Funchal e, quando esgotada, a viragem para uma dita turbulência política no Porto Santo; ou trazer à colação o Deputado José Manuel Coelho, questionando, com insistência, se será ou não governante!
Ora, desde logo, dois aspectos: primeiro, os partidos em presença apresentaram, publicamente, o seu programa eleitoral e de governo. Seria importante esmiuçá-los nos seus conteúdos sectoriais, viabilidades e comprometimentos (o candidato do PSD apenas publicou, até agora, uma lista de banalidades); segundo, o julgamento político das autarquias que o PSD perdeu verificar-se-á daqui a pouco menos de três anos, portanto, é de todo descabido trazê-las para o centro do debate (o que tem sido público é que andam a pagar monumentais dívidas deixadas).
Sou, apenas, um espectador e gosto de seguir um moderador que não traga para a mesa as suas eventuais convicções ou, então, as questões de mesa de café. Quem modera deve ser discreto mas acutilante; oportuno mas não tendencioso; centrar-se no essencial e não no acessório. As "estrelas" são os convidados e é nesses que a minha atenção se centra. De folclore político já vivemos quase quarenta anos.
Finalmente, seria óbvio, como esclarecimento à população, face aos protestos vindos a público que envolveram a Comissão Nacional de Eleições, que, no início do debate, fosse clarificada a posição da RTP-Madeira. Tal não aconteceu, o que deixa a RTP-Madeira, por omissão, numa situação muito desconfortável. Por exemplo, aquele debate surge porquê e, sobretudo, como? O sorteio assim ditou? Não sei.
Ilustração: Google Imagens.
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