Estou a ler e mastigar as palavras e os conceitos de um extenso e importantíssimo artigo de Catarina Fernandes Martins. Nada de substancialmente novo, mas há mérito na articulação do texto e nos exemplos. "A sala de aula não muda há 300 anos, mas as crianças são diferentes", sublinha Teresa Salema, da Academia Khan Portugal. E lá vem a óbvia questão: "A escola de massas, onde um professor ensina ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos, nasceu com a revolução industrial mas chegou ao século XXI. Em dois séculos, mudaram os estudantes, mudou a sociedade e mudou o mercado de trabalho. Quando mudará a escola?"
Wagner defende que a escola deve desenvolver sete "competências de sobrevivência" necessárias para que as crianças possam enfrentar os desafios futuros: pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas, colaboração, agilidade e adaptabilidade, iniciativa e empreendedorismo, boa comunicação oral e escrita, capacidade de aceder à informação e analisá-la e, por fim, curiosidade e imaginação". Parece-me óbvio que não é com este sistema educativo que vamos potenciar a educação dos jovens no sentido de: "compreenderem as razões por detrás das coisas, ler, sonhar, falar, encontrar soluções por si próprio". António Dias de Figueiredo considera que evoluímos muito pouco na transformação das escolas em espaços de inovação e criatividade. Os alunos, afirma, "estão a ser produzidos industrialmente e a transformar-se em funcionários. Não têm autonomia".
Ilustração: Arquivo próprio.
Legenda: Nascem com a tecnologia e a Escola mantém o figurino da "Sociedade Industrial".
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