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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

ESSA AGORA, AS ESCOLAS E OS PROFESSORES RESPONSÁVEIS PELA EQUIDADE?

O secretário da Educação disse, ontem, na abertura do ano: "para que haja sucesso escolar é preciso que as escolas e os professores apostem na equidade do ensino". Quanto enganado está! A equidade não depende nem das escolas nem dos professores. Depende, a todos os níveis, das políticas gerais de organização da sociedade. A escola e os professores, porque estão a jusante, recebem todos os erros cometidos a montante. Os desequilíbrios e assimetrias da sociedade vão todos ali parar. E quem tem a responsabilidade de gerar uma sociedade equilibrada, repito, a todos os níveis, é quem tem responsabilidades de governo, neste caso, ininterruptamente, há 42 anos! Não são os professores. As escolas, muito menos os professores, podem, porque não lhes compete, resolver os problemas estruturais, os económicos, os financeiros e os de natureza cultural. E, atenção, não se resolvem os problemas de equidade com aulas suplementares. Essa é a mentalidade do penso rápido que não cura a ferida profunda, aliás, divulgada pelo próprio secretário, quando afirmou que 66% dos alunos iriam beneficiar da Acção Social Educativa. 


E já agora, todos sabemos que existe uma diminuição do número de alunos. Chega do mesmo discurso. Importante, muito importante, é fazer desta fraqueza uma grande oportunidade para gerar um sistema educativo consistente, o que implica mudar a estrutura, o velho pensamento organizacional e pedagógico, de acordo com o que a investigação e os autores assumem. Não é mais possível continuar com um sistema educativo que se posiciona atrás do desenvolvimento, negando uma postura dianteira capaz de operacionalizar as respostas necessárias à sociedade e ao que a investigação dita. O que hoje está a acontecer é a antítese disso, em suma, é o constante regresso a um passado que não resolve os problemas do futuro.
Ontem, na tal "abertura" do ano escolar, melhor teria sido um convite a um Professor capaz de produzir uma lição, com sapiência. Chega de intervenções políticas sem conteúdo, porque apenas com números e um paleio do tipo chuva no molhado. 
Ilustração: Google Imagens. 
Do blogue: www.comqueentao.blogspot.com

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