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quarta-feira, 7 de abril de 2021

Surpresa? Não. Apenas a realidade!



São três os pilares fundamentais da sociedade: a Saúde, a Educação e os Assuntos Sociais. Obviamente que, cada um deles, se decompõe em várias e complexas áreas. Mas, no essencial, a política educativa, a de saúde e a da protecção social constituem a base sobre a qual deve assentar o crescimento e o desenvolvimento. Curiosamente, são aqueles que a Região apresenta défices significativamente preocupantes. A pobreza atinge 32% da população, o sector da Educação exibe indicadores inquietantes, consequência de uma desastrada política onde querem meter à força o amanhã nos cubículos concepcionais e convencionais de ontem e, na Saúde, a primeira página do Dnotícias de hoje, deixa qualquer cidadão muito apreensivo.



Por mais estranho que possa parecer são, exactamente, naqueles três vértices que se nota que maior propaganda é feita, cujo fim último é o de transmitir uma sensação de actuação cuidada e pujante. São dados do Instituto Nacional de Estatística, portanto, não têm origem nos partidos políticos da oposição.

Revolta-me esta situação. A tentativa de esconder a realidade e a de promover, através dos gabinetes de comunicação social das diversas secretarias, uma realidade substancialmente diferente do que a população percepciona.

A sensação que fica é que há uma ausência de planeamento, de rigor no domínio e estabelecimento das prioridades, subordinação e silêncio das diversas classes profissionais que não se atrevem a colocar os poderes em sentido, obediência aos interesses de alguns grupos económicos em detrimento de uma economia ao serviço do ser humano, migalhas para uns e regabofe para outros, enfim, uma descarada inversão do que seria natural.

Tantas vezes falam no pioneirismo nisto e naquilo. Do supérfluo. Preferível seria que encimássemos os sectores vitais da sociedade.

Os sistemas subsistem, é verdade. Ninguém morre por falta de assistência e a escola é universal. Os profissionais de saúde tentam tapar ou remediar as falências do sistema; os professores cumprem o que lhes pedem; e os dramas sociais vão sendo esbatidos através de uma legião de instituições que agregam homens e mulheres de coração ímpar. É isto que vai retirando as asperezas de uma dolorosa realidade.

Eu próprio, ao ler a primeira página do Dnotícias fiquei pasmado. Mas, infelizmente, os dados são como o teste do algodão. Não engana.

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