Penso não existir outra palavra que caracterize a posição dos economistas do FMI: anedótica. Depois de tantas posições, inclusive através de Prémios Nobel da Economia, sistematicamente ignorados pelo FMI, a comunicação social destacou as declarações assumidas por Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani e Davide Furceri: "(...) Em vez de gerar crescimento, algumas políticas neoliberais aumentaram a desigualdade, colocando em risco uma expansão duradoura". Isto é, as políticas receitadas pelo FMI acabaram por ser criticadas pelos próprios economistas. É de gargalhada, ou então, por detrás destas declarações há mais qualquer coisa que não se descortina.
Resta agora saber se a União Europeia, esmagadoramente neoliberal, o que pensa disto e como é que irá actuar. Continuará a defender a cega austeridade como medida fundamental para o crescimento? E o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, absoluto defensor de uma agenda política que tem visado o "empobrecimento" (disse-o após as eleições de 2011) de uma grande parte dos portugueses, que resposta tem para estes três economistas? E o que dirá relativamente ao governo da República que nega a austeridade? Sentar-me-ei para assistir.
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário