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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Creio que o Povo não gosta...


Ponto 1
Todo o crime deve ser penalizado, pelo que, não pode alguém estar acima da Lei.
Ponto 2
Todas as situações detectadas como irregulares, políticas ou não, públicas ou privadas, desde que fundamentadas, devem ser objecto do conhecimento público.

Estou, portanto, à vontade para tecer alguns comentários sobre a parafernália de situações trazidas e esmiuçadas pela comunicação social. Julgo que estão a ir longe de mais, e porquê? Em síntese, Portugal corre o risco de, em breve, ser muito reduzida a capacidade de recrutamento de bons quadros para a governação. Por extensão, os menos qualificados técnica e politicamente, ocuparão as cadeiras dos ministérios.



Dir-me-ão que já é isso que está a acontecer em conjugação com múltiplos e muitas vezes escondidos interesses partidários. Talvez. Mas há figuras que nos dão alguma garantia, pelo conhecimento, pela serenidade e pela postura que assumem face aos vários dossiês. Que existem erros de "casting", obviamente que sim e desde sempre, em todos os governos. Para isso existem as remodelações. Porém, duvidar de todos e massacrá-los até ao tutano não me parece correcto. O que hoje é público e notório é a existência de um cerco e um voyeurismo à vida das figuras, vasculhando-as no plano pessoal, familiar (directo e indirecto) e dos amigos, como se elas, para além do pontual exercício da política, não tivessem vida ou direito à vida.

Pergunto, assim, que gestor empresarial, administrador, académico ou seja lá o que for, mostrar-se-á disponível para pertencer a um qualquer governo, independentemente das cores partidárias, se, desde logo, pensará no possível inferno em que a exposição pública se tornará? 

Não me estou a referir a alguns casos recentes, onde deveriam ter sido os próprios, no momento do convite, por memória, decoro e responsabilidade, dizerem que não reuniam condições para os assumir. Refiro-me, em abstracto, a todos os outros, à desconfiança instalada por maior que seja a seriedade e honestidade dos protagonistas políticos. Pega-se com tudo, sejam as inultrapassáveis fragilidades, até aos mais ínfimos pormenores que nada têm a ver com o desempenho do cargo. Essencial é fazer sangue, jogar com as declarações, gerar a dúvida, conduzir as respostas dos entrevistados para aquilo que constitui o pensamento de quem questiona, enfim, por vezes, manchar a honra e a dignidade. Algumas vezes com fugas de informação da própria Justiça que ajudam a uma condenação pública antes de um qualquer veredicto. Não aceito.    

No que venho a assistir, eu diria que nem é preciso fazer oposição política. Prioritário é fazer-se de morto. Só que o Senhor Presidente da República já descobriu a trama e vai daí assumiu um claro não à queda do governo. Exige, sim, que governe e bem. Concordo.

Ilustração: Google Imagens

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