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terça-feira, 7 de julho de 2009

A PROPÓSITO DE OFENSAS E DE CALÚNIAS

Sublinhou o Senhor Presidente do Governo Regional: “Eu não admito que me ofendam, não admito que me caluniem (...) se pensam que vão utilizar a comunicação social para uma espécie de vale tudo, para pôr em causa e perturbar a vida da Região, garanto-lhes que vão ter de se defrontar com os tribunais”.
Desde logo, ninguém tem o direito de ofender e caluniar seja lá quem for. O confronto das ideias, as posições que se assumem, o direito à diferença e até à indignação perante situações e factos devem ser geridos de uma forma contundente mas com dignidade, respeito institucional e sobretudo elevação no que sai boca fora. Rejeito, liminarmente, a ofensa, a calúnia, a palavra dita com subtileza mas eivada de maldade e de espezinhamento do adversário. Eu sei isso o que significa!
O curioso da posição do Senhor Presidente do Governo é que, demonstra todo o historial, é precisamente ele o político que mais tem ofendido e gerado situações muito desagradáveis junto dos visados. Todas essas ofensas estão documentadas e, por decoro, evito aqui a sua publicação. Mas muitos foram visados, desde Órgãos de Soberania e respectivos titulares, figuras partidárias de relevo nacional e regional, enfim, a listagem construída ao longo de trinta anos é longa e muito pouco abonatória para quem agora vem ameaçar com os Tribunais todos aqueles que ofendam e caluniem.
Depois, questiono, sobre o que significará para o Senhor Presidente do Governo a expressão "(...) perturbar a vida da Região". Será ter uma opinião diferente e por ela, democraticamente, lutar? Será esta uma forma, também subtil, de ameaça, de fazer calar os adversários políticos e até a própria sociedade evitando"chatices". No essencial o que me parece que está aqui em causa é a razão da força contra a força da razão; o que está em causa é, num momento cada vez mais difícil para a Administração Regional Autónoma, as atitudes de velado condicionamento dos livres-pensadores. É isto que está em causa, porque qualquer pessoa tem noção das suas atitudes e dos seus actos. No caso em apreço é evidente que o Presidente do Governo tem espelho e memória suficiente sobre o seu passado de sistemática agressão aos adversários políticos e a todos aqueles que se lhe opuseram em termos políticos. O aperto pela sobrevivência política é já tão significativo que, julgo eu, isto acaba mal. Ninguém suporta tanto constrangimento porque a liberdade e a democracia são determinantes na nossa vida, eu diria que fazem parte do ADN do ser humano.

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