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terça-feira, 21 de junho de 2011

FESTAS TRANSFORMADAS EM COMÍCIOS PARTIDÁRIOS


O problema é que o anormal passou a ser considerado normal. É assim e ninguém reage. Não está em causa a promoção dos produtos regionais, mas o aproveitamento da situação para uma "lavagem ao cérebro". É, por isso, entre tantos factores, que se dão estas maiorias absolutas há trinta e tal anos.


Não aceito porque constitui uma vergonha e uma claríssima descredibilização da democracia. O facto de um partido ser governo, porque se trata de dinheiros públicos, não pode, porque é imoral, um titular de cargo público, no caso concreto, o presidente do governo regional, utilizar as festas populares de promoção, sobretudo dos produtos da agricultura madeirense, para subir ao palco e utilizar o espaço para comícios político-partidários.
No último domingo, pouco ou nada o presidente do governo falou da produção de cereja, mas no alto do Jardim da Serra, aproveitou para os seus habituais discursos de ataque e de ofensas a todos quantos têm uma opinião diferente. Se ainda falasse da pobre agricultura e dos pobres agricultores ou de qualquer projecto, enfim, vá que não vá, mas utilizar o espaço, de forma ilegítima, para a sua propaganda, só aqui! Em qualquer sítio do País ou da Europa, em geral, teria comentários nada abonatórios. Poderia fazer uma vez, mas certamente não repetiria, porque a comunicação social encarregar-se-ía de travar este atropelo democrático. Razão tem pois um "anónimo" que, no on-line do DN, escreveu: "Estive na festa e tive que ir embora, porque nunca gostei de comícios, supostamente era para ser uma cerimónia comemorativa da festa da cereja, o que vi foi uma entidade que representa o estado a falar em partidos como se de um comício tratasse!"
O problema é que o anormal passou a ser considerado normal. É assim e ninguém reage. Não está em causa a promoção dos produtos regionais, mas o aproveitamento da situação para uma "lavagem ao cérebro". É, por isso, entre tantos factores, que se dão estas maiorias absolutas há trinta e tal anos. Como pode a oposição, por melhores que sejam as suas propostas, competir, diariamente, com um poder que utiliza, três, quatro palcos por dia para "vender o seu produto"? A desproporção de meios é evidente. E ainda vêm "ilustres" figuras me dizerem que a democracia funciona, sem mácula, na Região Autónoma da Madeira!
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

Espaço do João disse...

Meu CARO ANDRÉ

O povo tem aquilo que merece.
Os espantalhos, não espantam os melros das cerejas? Veja-se a foto por si publicada. Parece.me que o AJJ, não é assim tão mau... Até está a pôr as mãos para o céu a pedir perdão da dívida.Pobre povo que se deixa tão bem enganar.

António Trancoso disse...

Meu Caro Amigo
Dentro de alguns anos,quando a História deste longo período Jardinista se fizer,a Madeira figurará como um novo exemplo da possibilidade de,em formal democracia,vigorar a ditadura de um homem só.
Aqui e agora,talvez se adeqúe o que um autor -do qual não recordo o nome- terá dito,a propósito de Estaline:"Não sei qual o mais doente;se o energúmeno,se quem o consente."

André Escórcio disse...

Obrigado pelos vossos comentários.