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terça-feira, 20 de maio de 2014

CAVACO E AMÉRICO - TÃO PARECIDOS QUE ESTÃO!


Estão cada vez mais parecidos. A recente declaração do Presidente da República Cavaco Silva, no regresso da sua visita à China ("Eu bem tentei, mas ainda não foi desta que consegui grandes progressos a comer com pauzinhos"), trouxe-me à memória outra triste figura do Estado, o Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz, último presidente do Estado Novo, que a Revolução de Abril depôs. Américo ficou conhecido pelas suas declarações patéticas ditas, ainda por cima, com um tom quase monocórdico e irritante. Cavaco segue-lhe o rasto, mastiga e mastiga, enrola e não sai nada. Se o Almirante, conhecido, também, pelo corta-fitas, era exímio a fugir dos assuntos que, politicamente, não interessavam abordar, Cavaco segue-lhe o rasto. Os tempos são diferentes, os contextos também, mas ambos são expoentes no exercício de funções que não coloquem em causa a “Causa”. Ambos, repito, em tempos diferentes, mas “A bem da Nação”, são figuras a tempo inteiro do circo montado, são contorcionistas, malabaristas, trapezistas e até “palhaços” sem graça alguma. Muito pouco os separa. Cavaco, até, inscreveu-se na PIDE/DGS (os documentos circulam na NET) e perfila uma ala claramente ultraliberal, onde o capital vale muito mais que as pessoas. Américo era uma figura decorativa do Estado, subordinado ao governo; Cavaco segue-lhe o rasto ao permitir que a dupla Passos/Portas faça o quer e entende. Américo tinha uma mulher, Gertrudes, que andava à sua beira por tudo quanto era sítio e solenidade; Cavaco tem uma Maria intrometida que não conhece o seu papel secundário. Também aqui não existem diferenças substanciais. Américo foi ridicularizado pelos portugueses; Cavaco segue-lhe o rasto, bastando para tal que se leia o desencanto dos portugueses, bem patente nas redes sociais. Américo foi corrido e Cavaco será.

Fiz uma busca através do Google e, tal como esperava, encontrei frases de ambos que testemunham o que acabo de escrever. Seleccionei algumas:
Cavaco Silva: “Ontem, reparava no sorriso das vacas que estavam satisfeitíssimas, olhando para o pasto e verificando aquele que começava a ficar mais verdejante”.
Cavaco Silva: “Como nos vamos livrar deles (funcionários públicos)? Reformá-los não resolve porque deixam de descontar para a CGA e diminui as receitas de IRS. Só resta esperar que acabem por morrer”.
Cavaco Silva: “Quando, no dia 13 de Maio, surgiu a notícia de que finalmente a 7.ª avaliação (Troika) tinha sido mandada para trás das costas e que estava aberto o caminho para a extensão das maturidades, a minha mulher disse-me: 'Ó meu caro – ela [Maria Cavaco Silva] trata-me de outra forma – isto é com certeza influência de Nossa Senhora de Fátima, porque hoje é dia 13".

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