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sábado, 12 de fevereiro de 2011

VISIBILIDADE REDUZIDA... NO MAR E EM TERRA!



No meio de tudo isto, deste dramático quadro que afecta o turismo, a economia e a natureza, o presidente do governo inaugura 200 metros de estrada (já vai em duzentos, o que significa que é sempre a descer) ao lado do inefável Secretário do Ambiente e Recursos Naturais, político que denuncia trabalhar apenas para a sua imagem, tanta é a sua exposição pública e os milhões que anuncia. Mas essa é outra história. Olhar para a realidade e ter opinião e trabalho contra a destruição do património natural, nem uma palavra.



Duas notas:
Primeira. Agora é o "Partido pelos Animais e pela Natureza - PAN". Bom, eu sei que é livre o associativismo, como é livre o direito, desde que reunidas as condições, de disputar as eleições nacionais, regionais, autárquicas e outras. Mas, pergunto, onde está a lógica disto? Pela natureza, os partidos existentes, todos o são, com maior ou menor actuação nessa área de intervenção política; pelos animais, questiono, se não será matéria, fundamentalmente, autárquica e de movimentos que se constituem nesse sentido. Importante, sem dúvida, a luta pela defesa dos direitos dos animais, mas no espaço de intervenção adequado. Ademais, concorre-se às eleições legislativas nacionais ou regionais com um projecto político para a sociedade no seu todo e não apenas, de forma redutora, pela defesa da natureza e dos animais. Essa matéria, repito, importante, deve ser enquadrada por movimentos e lóbis que pressionem os partidos a legislar de acordo com tais matérias. Mas, enfim, mais um partido timex, que não adianta nem atrasa, apenas divide para alguém continuar a reinar! Por mim, tudo bem, embora não deixe de dizer que não faz qualquer sentido.
Segunda. 
"FUNDO DO MAR MORREU", pode ler-se nas páginas 2 e 3 da edição de hoje do DN. Na página 4, uma foto a quatro colunas, mostra o monumental aterro junto ao cais da cidade, como que a ilustrar o que um dos entrevistados assume: o fundo do mar da costa da Reião está totalmente destruído e a perder clientes. "Tinhamos visibilidade na ordem dos 20, 25 e 30 metros, hoje não vemos nada para além dos 5 metros (...) a terra está depositada no fundo e isso tem matado tudo, já não há zonas com algas, logo há menos peixe miúdo, menos peixe graúdo. (...) Ninguém controla isto sobretudo o aterro do Porto Novo que ninguém parece querer ver. Nós temos provas, vídeos, fotografias de contínuas descargas, até de alcatrão de obras que decorreram na via rápida".
No meio de tudo isto, deste dramático quadro que afecta o turismo, a economia e a natureza, o presidente do governo inaugura 200 metros de estrada (já vai em duzentos, o que significa que é sempre a descer) ao lado do inefável Secretário dos Recursos Naturais, político que denuncia trabalhar apenas para a sua imagem, tanta é a sua exposição pública e os milhões que anuncia. Mas essa é outra história. Olhar para a realidade e ter opinião e trabalho contra a destruição do património natural, nem uma palavra. O tempo que é mestre encarregar-se-á de resolver este problema.
Ilustração: Google Imagens.

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