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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O FIM DA MAIORIA ABSOLUTA


Sinto as pessoas fartas, sinto que a mentira começa a não ter pernas para andar face a tantas varizes que o sistema apresenta. Sinto que paira no ar um sentimento de mudança por maior que seja o número de vacas abatidas para convívios por sítio regados com vinho seco, por maiores que sejam as ofertas de cimento, areia, blocos, tintas e ferro, por maiores que sejam as promessas de emprego e por maiores que sejam as tentativas de chapelada no acto eleitoral. Há gente preocupada com a eventual perda de benesses e de vantagens que o regime proporciona. Só que, meus caros, o exercício da política não constitui um emprego, mas um serviço à comunidade. E como serviço está balizado no tempo. O do PSD está a acabar, sobretudo como emprego.


Já aqui teci algumas considerações e ao mesmo tema regresso. Face ao nervosismo patenteado por algumas figuras do PSD, mormente através de artigos de opinião, creio que muito desconforto deve andar por aí. Há gente que não pára de insultar, de escrever na base da deturpação dos factos, ao ponto de se imiscuírem na vida interna, por exemplo, do Partido Socialista. Porque será? É que nem de análise se trata, no essencial o que tentam é denegrir, repetidamente, pessoas e instituições.
Ora, mas quero eu lá saber da composição da lista do PSD! Se é boa ou se é má. Se se abre à sociedade ou não. Se defende uma participação equilibrada entre géneros ou não. Esse é um assunto interno, ao PSD diz respeito, portanto, aquele olhar crítico para o vizinho denuncia uma clara preocupação. No mínimo exprime que a estrutura partidária em questão anda muito preocupada com o desfecho do acto eleitoral de 9 de Outubro. Todos os articulistas do Jornal da Madeira, órgão "oficial" do governo regional e do PSD, não há dia que não desanquem, forte e feio, por vezes até de forma desagradável e mal educada, no candidato Maximiano Martins. Porque será? Oh meus caros senhores, e se se metessem na vossa vida e deixassem a dos outros! Trabalhem...
Tomem consciência que a Democracia é um regime em que o poder de tomar importantes decisões políticas está nas mãos dos cidadãos e não nas mãos de um pequeno grupo. É esse povo que tem de decidir em função da sua análise. Eu sei que tudo fizeram e fazem para que ele não seja esclarecido, fizeram e fazem para que se mantenha distante dos reais problemas. Fizeram e fazem para gerar um ambiente de estupidificação. E uma das maneiras, aliás, que está à vista de todos, é a da intoxicação permanente através de abusivos textos que se situam muito para além do que é uma análise séria. Desses textos resulta, sistematicamente, a ofensa gratuita e grotesca a um candidato, que aceito que não possam gostar, mas que ultrapassa a fasquia da decência que deve nortear o debate político. E todos os madeirenses, os que gostam e os que não aceitam esta política do Jornal da Madeira, são obrigados a pagar a propaganda que interessa a alguns. Eu, por aquilo que sou, por fidelidade a princípios e valores que me guiam na vida, jamais, repito, jamais, me prestaria a fazer um "serviço" destes, por ser público e notoriamente sujo. Mas há quem se venda por uns cobres... Pois que lhes faça bom proveito. A minha consciência nunca esteve e não estará à venda.
Agora, de uma coisa estou certo, é que há muita gente por aí preocupada. Preocupada porque a maioria absoluta pode acabar e que a arrogância e a prepotência podem estar na recta final de um ciclo de 35 anos. Sinto as pessoas fartas, sinto que a mentira começa a não ter pernas para andar face a tantas varizes que o sistema apresenta. Sinto que paira no ar um sentimento de mudança por maior que seja o número de vacas abatidas para convívios por sítio, regados com vinho seco, por maiores que sejam as ofertas de cimento, areia, blocos, tintas e ferro, por maiores que sejam as promessas de emprego e por maiores que sejam as tentativas de chapelada no acto eleitoral. Há gente preocupada com a eventual perda de benesses e de vantagens que o regime velho e caduco proporciona. Só que, meus caros, o exercício da política não constitui um emprego, mas um serviço à comunidade. E como serviço está balizado no tempo. O do PSD está a acabar, sobretudo como emprego.
Ilustração: Google Imagens. 

10 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Jardim declarou que só governará num próximo mandato se obtiver uma "grande maioria", o que quererá eventualmente dizer maioria absoluta.
Conhecendo o líder madeirense como conhecemos, sabemmos bem de mais que ele não dá ponto sem nó. As suas palavras, pouco precisas, podem querer anunciar uma fuga pela "esquerda baixa", mesmo com uma maioria absoluta.
Recordemos AJJ que nunca foi a jogo sem ter na mão o baralho todo, nunca admitiu confrontações, nunca se "baixou" a competir fosse com quem fosse.
Assim sendo, e dadas as previsões de estarmos à porta de um autêntico e catastrófico "garrote financeiro", é de duvidar que ele esteja disposto a enfrentar essa tremenda dificuldade. Penso que, mesmo com a dita maioria absoluta estará decerto a preparar-se para passar a bola, lavar as mãos e passar o odioso aos "culpados" do costume.

Pensando bem, uma maioria relativa para Jardim só lhe irá facilitar a vida, o que me parece tremendamente injusto. Por um lado, salva a face e, por outro, não vai ter de suportar o fardo de governar sem dinheiro.
Penso que o melhor para a Madeira será fazê-lo permanecer no Governo, para emendar os erros que cometeu e, a seguir, ser devidamente julgado pelo eleitorado.
Lá diz o ditado: quem comeu a carne terá de roer os ossos.

Anónimo disse...

Ele fará coligação com o PAN ou com o Salsicha Isidoro e continua tudo igual...Tenham paciência.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Penso que não.

Anónimo disse...

penso que o ps vai ter uma derrota tão grande como a anterior. o povo não sabe quem é o dr maximiano e já votou pouco nos restantes. é óbvio que o ps vai ser humilhado de novo. quem vai crescer serão o cds e o pnd.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Não é essa a minha opinião. Neste momento, com o devido respeito que tenho por todas as candidaturas, trata-se da necessidade de conjugar esforços no sentido de acabar com este pesadelo de 35 anos. Acredito que toda a oposição irá crescer e que o fim da maioria acontecerá. É a minha convicção e o meu desejo político.

António Trancoso disse...

Caro André Escórcio
Não será a minha convicção, mas, é,também,o meu desejo político.
O 1º dos anónimos,tem razão;haverá, dentre os partidos, de uma suposta e heterógenea oposição, quem esteja disposto a fazer o frete ao Jardinismo.
Embora, à partida,todas as forças partidárias, teoricamente,se situem num plano de igualdade bom seria que o eleitorado se decidisse por conferir à Esquerda,isto é,ao PS,à CDU e ao BE,uma franca e expressiva representatividade, que tornasse possível a constituição de um Governo de Coligação,tradutor da esperançosa Plataforma Democrática...infeliz e desastradamente,"sabotada" à nascença.
Sem acinte,permita-me,meu Caro Amigo,que aqui manifeste a minha estranheza,por,antecipadamente,um Partido Democrático - como julgo ser o PS - se afirmar como única alternativa...Tal afirmação,em meu entender,condiciona e agride,gravemente,a Democracia.Não lhe fica bem.

Anónimo disse...

Compreendo que a militância nos leve a crer que as nossas são as melhores propostas que ao eleitorado se colocam. Gostava, porém, de deixar à consideração de quem nos lê um pensamento. Não duvido de que, vença quem vencer,a partir Out.teremos o caldo entornado. Adeus promessas de não aumentar transportes e quejandas. Não deverá o fanfarrão provar ao "POVO SUPERIOR" como é que o BOM POLITICO FAZ OBRA SEM DINHEIRO ou ISSO DE DINHEIRO DEIXEM COMIGO?

sapo disse...

É obvio que ao assumirmos militância partidária as propostas do partido são sempre melhores que as dos concorrentes. Acontece, porém, que ao sermos apenas simples eleitores, atentos ao que ocorre à nossa volta, podemos ter "ideias loucas". Vou aqui deixar uma à consideração de quem nos lê. Quem formar Gov., após 9OUT, terá de impor muitas medidas desagradáveis. Autenticas doses de oleo de fígado de bacalhau de há 60 anos. Atendendo a que, S. Exª. o actual Pres., já nos garantiu que: BOM POLITICO FAZ OBRA SEM DINHEIRO e DEIXEM A DIVIDA QUE EU RESOLVO não deveriamos deixá-lo para provar o que vale a sua farronca?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
O meu Bom Amigo sabe que sou, entre outros (muitos)um lutador por uma solução no sentido que aponta no seu comentário. Em 1993, numa candidatura à Câmara lutei por isso, mas todas as tentativas saíram goradas. E sei, também, que essa união, que não quero analisar neste momento, não teria êxito. Bem ou mal ensaiada, a designada "plataforma democrática" deu no que deu. Não comento, por respeito a todos os meus amigos da esquerda política. Houve passos menos bem dados pelo PS, talvez sim. Mas havia sinceridade. E não resultou.
Apenas digo que não é fácil. E, eleitoralmente, neste momento, não sei qual seria a reacção do eleitorado extremamente conservador e capturado. Não sei!Tenho como adquirido que, para uma solução contra o jardinismo teríamos de encontrar uma conjugação de esforços. Mas, repito, há muitos e diversos constrangimentos que lamento. A solução PS, sem desrespeito pelos demais, pode, nestas circunstâncias, ser a mais equilibrada, sendo certo que um crescimento acentuado do PS corresponderá a um igual crescimento de todas as restantes forças.

Anónimo disse...

a melhor solução para a madeira e para os madeirenses é o alberto perder a maiori e passar a ter que governar, e digo governar porque não é isso que ele faz actualmente, ele até agora reinou e com os resultados que todos nós sabemos.
já alguem imaginou o psd perder as eleições e um outro partido chegar a qualquer da secretarias, com o terreno totalmente minado.
o psd vai ter que governar, vai ter que olhar para as suas acções e não apenas para os interesses privados que defende. o pior dos cenarios é uma nova maioria do alberto, ai sim a madeira não tem recuperação possivél.

Espero que este povo sofredor ocorde e consiga ver que o jardim não é a solução e que está perturbado com a situação que criou.