Hoje, um tal Peter Weiss, da direcção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, veio dizer que o 13º e 14º meses dos portugueses estariam em causa a partir de 2014. Não apenas durante os próximos dois anos que não serão pagos, mas que certamente se estenderiam por mais anos ou, pura e simplesmente, acabariam. Eu tenho presente a frase do primeiro-ministro português, Dr. Passos Coelho: "temos de empobrecer", quando a esmagadora maioria dos portugueses já é pobre. Declaração que, longe de ser um deslize político, compagina-se com a do senhor Weiss e conjuga-se, naturalmente, com uma doentia mentalidade de espezinhamento dos mais fracos e indefesos em prol da consolidação e contínua prosperidade dos mais fortes. É, no fundo, a mentalidade de uma política de direita que está a arrastar a Europa para o descalabro social.
Estão a brincar com o povo. Ou melhor, acho que perderam a vergonha. Esta Europa, teoricamente, construída na base da cooperação, da solidariedade e do respeito pelos valores humanistas, tendo como instrumento uma economia de partilha, cada vez mais está a tornar-se um engano, um embuste, uma colossal mentira. Assistimos, como espetadores passivos e impotentes, aos diretórios europeus a decidirem em função dos interesses de alguns, naturalmente dos mais fortes, que não os dos povos que seguiram e seguem (o sonho) os princípios porventura puros, do pacifismo, do derrube das fronteiras, do crescimento económico e do bem estar social através da criação de oportunidades. Olhamos e o que vemos e sentimos é uma Europa sem líderes, ou líderes de plantão, a imporem as suas lógicas muitas vezes perversas que contrariam o essencial que fundamentou a sua criação a partir do Plano para a Cooperação de Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros (1950). Figuras como Konrad Adenauer, Winston Churchill, Jean Monet, Walter Hallstein, o próprio Schuman, entre outros fundadores, encontram-se a anos de luz de um conjunto de pseudopolíticos desta Europa do nosso tempo. Figuras, as de hoje, que determinam desde o que comer ao que vestir, passando pela educação, saúde, enquanto pilares fundamentais (sempre com perda de direitos), até, em quem votar, pelos claríssimos interesses que se movimentam na comunicação social. Andam a fazer de todos nós, em sucessiva cadeia, uns pacóvios que comem e calam-se. Talvez se enganem! Os movimentos andam por aí e quando há fome a tragédia surge no horizonte. Mas, enfim, não sou especialista em assuntos europeus, apenas sou leitor e observador atento, e nessa dimensão de cidadão europeu, olho para esta Europa com uma grande desconfiança.
Hoje, um tal austríaco Peter Weiss, da direcção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, veio dizer que o 13º e 14º meses dos portugueses estariam em causa a partir de 2014. Não apenas, durante os próximos dois anos que não serão pagos, mas que certamente se estenderiam por mais anos ou, pura e simplesmente, acabariam. Eu tenho presente a frase do primeiro-ministro português, Dr. Passos Coelho: "temos de empobrecer", quando a esmagadora maioria dos portugueses já é pobre. Declaração que, longe de ser um deslize político, compagina-se com as do senhor Weiss e conjuga-se, naturalmente, com uma doentia mentalidade de espezinhamento dos mais fracos e indefesos em prol da consolidação e contínua prosperidade dos mais fortes. É, no fundo, a mentalidade de uma política de direita que está a arrastar a Europa para o descalabro social. O senhor Weiss certamente que sabe que o povo português vive em constantes dificuldades e que o 13º e 14º meses servem para a maioria do povo poder equilibrar, minimamente, as suas contas. E que mesmo que os quantitativos resultantes desses dois meses sejam derramados, mensalmente, pelo salário mensal, continuaremos na cauda da Europa no que concerne a salários e ao bem estar. E sendo assim, o bom senso conduziria a que não fizesse sequer tal abordagem, porque isso, para além de constituir uma intromissão nas decisões internas de um País soberano, se o fizesse teria de, naturalmente, enquadrar essa questão, não no contínuo empobrecimento, mas em um quadro de melhoria das condições de vida dos portugueses. Não duvido que estas declarações do senhor Weiss se enquadram na lógica de uma preparação do terreno. Cuidado, se estão a "fazer a cama", depois não se queixem da resposta do Povo. Porque tudo tem um limite.
Ilustração: Google Imagens.
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