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quarta-feira, 11 de abril de 2012

SENHOR REPRESENTANTE, POUPE-NOS


Há gente mais importante para governar do que o "único importante"! 

Disse o Senhor Representante da República para a Madeira: "Espero fazer uma vista a toda a Região dentro de um ano a um ano e meio" (...) "Só posso decidir, com consciência, se conhecer a realidade económica, social e cultural". Baseado neste pressuposto quer fazer uma espécie de Representação da República Aberta. 
Não gosto de ser indelicado, muito menos para as figuras de Estado, mas, politicamente, li as declarações do Senhor Representante e a única palavra que, espontaneamente, me saiu foi: poupe-nos.
Com toda a Região em cacos, escaqueirada, com um tecido económico, financeiro e social completamente esfarrapado, o Senhor Representante vem dizer à população que lá para 2013, provavelmente, mais perto do Natal, digo eu, fará um roteiro pela Região. Poupe-nos, repito. A população precisa AGORA, os dramas estão a acontecer aqui e AGORA, as soluções terão de ser encontradas AGORA e mesmo condicionado pelo seu Estatuto, tem o dever de colocar a VERDADE junto do Senhor Presidente da República. Não daqui a um ano. AGORA é o tempo de tomar atitudes, não de visitas que nada acrescentam, como a de hoje, ao engenho da Calheta e ao Centro de Artes. O drama da Madeira chama-se desemprego, pobreza, dívidas, empresas e ajustamento financeiro. O drama da Região chama-se falência ao nível dos sistemas de saúde e educativo. É por aí que se torna necessário uma estreita "cooperação estratégica" que salve este povo da penosa herança do Dr. Jardim, povo que terá de pagar até 2033 mais de 600 milhões de juros pelo empréstimo no quadro do Plano de Ajustamento Financeiro.
Senhor Representante, a Madeira está falida e o Povo idem. Lembre-se disso. E lembre-se que há mais políticos para além do ainda presidente do governo regional. O exercício da política e, portanto, a condução dos destinos da Região não se confina à existência do PSD-Madeira e do Dr. Alberto João Jardim. Há mais política e há soluções que não se esgotam no labirinto do poder conhecido. E o Senhor Representante, obviamente, deve ser contido mas claro. A sua presença na Madeira é política e daí que o povo tenha direito aos comportamentos políticos mais adequados que os defendam das garras de quem o quer vergar aos seus interesses partidários. Há gente mais importante para governar do que o "único importante".
Ilustração: Google Imagens. 

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