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sexta-feira, 20 de abril de 2012

APRENDAM A DEMOCRACIA, ENQUANTO É TEMPO!


Foram chumbados mais quatro pedidos de audição parlamentar, entre os quais um sobre políticas de emprego e um outro sobre as taxas aplicadas no aeroporto do Funchal. Para a maioria PSD-M estes não são assuntos importantes que necessitem de uma audição e debate. E aqui, pergunta-se, mas, afinal, para que serve a Assembleia? Qual o seu objeto? Como justificam os deputados do PSD-Madeira os seus salários no final do mês? Como é que justificam os lugares que ocupam por eleição? Que medos os acompanham? A que submissão são obrigados? Como lidam com as suas consciências?
É-me difícil compreender estes comportamentos face aos quais ainda mais difícil se torna encontrar respostas. Simplesmente porque são comportamentos violadores de qualquer pessoa que interprete a lógica do ser antes do ter. Até porque, no fundo, não têm nada. Alguma disponibilidade financeira, pergunto? Algum poder efémero? Muito pouco em função do que a atitude de Homens e Mulheres livres deve comportar.


Decididamente, esta maioria não aprende e esta Assembleia Legislativa, cada vez que reúne, acaba por se negar a si própria. Não aprende que os tempos absolutos estão a terminar e que seria de bom senso começarem a pensar que da palavra Democracia a breve prazo dela vão precisar e sobretudo reclamar. É uma questão de tempo e de alguma paciência e perderão a maioria absoluta. Os ventos são de mudança por mais que a tentem bloquear. E aí quero vê-los, em minoria, reclamando audições parlamentares, inquéritos, regimentos e tempos de debate, presença de governantes no hemiciclo, aguardo, serenamente, por um tempo que a crista, agora sempre levantada, baixe e o cantar de galo dê lugar ao diálogo e ao trabalho parlamentar sério e transparente. Vai acontecer, disso não tenho a menor dúvida. Sei e tenho consciência que o PSD-M, perdido a velas e a remos tentará encontrar uma bengalinha! Ela existe na República, pelo que não será novidade. Bom, mas isso é para depois.
E vem isto a propósito do PSD-M ter chumbado mais quatro pedidos de audição parlamentar solicitados pela oposição. Na República tal como na Região Autónoma dos Açores, nas respetivas Assembleias, não há semana que um governante não seja chamado para prestar esclarecimentos aos deputados. Aqui, não, a maioria chumba e impede que os governantes cumpram o dever de responder perante a Assembleia de quem dependem.
Este repetitivo ato de secundarização da Assembleia, por parte da maioria política, acaba por consituir um ato de negação e rejeição dos deputados relativamente à função para a qual foram eleitos. Se negam a sua função é porque não querem trabalhar ou, então, sabendo que as audições podem dar a conhecer situações comprometedoras do governo, logo, pensarão, o melhor é cortar o mal pela raiz. Julgo que, ontem, foram chumbados mais quatro pedidos de audição parlamentar, entre os quais um sobre políticas de emprego e um outro sobre as taxas aplicadas no aeroporto do Funchal. Para a maioria PSD-M estes não são assuntos importantes e oportunos que necessitem de uma audição e debate. E aqui, pergunta-se, mas, afinal, para que serve a Assembleia? Qual o seu objeto? Como justificam os deputados do PSD-Madeira os seus salários no final do mês? Como é que justificam os lugares que ocupam por eleição? Que medos os acompanham? A que submissão são obrigados? Como lidam com as suas consciências?
É-me difícil compreender estes comportamentos face aos quais ainda mais difícil se torna encontrar respostas. Simplesmente porque são comportamentos violadores de qualquer pessoa que interprete a lógica do ser antes do ter. Até porque, no fundo, são pessoas que não têm nada. Alguma disponibilidade financeira, pergunto? Algum poder efémero, questiono? Muito pouco em função do que a atitude de Homens e Mulheres livres deve comportar. Mas, enfim, cada um sabe de si. Uma coisa é certa, as suas atitudes é que conduzem a uma Assembleia sem prestígio algum. E depois queixam-se e ficam estupefatos com as cenas que são levadas ao grande público. Ora, quem semeia ventos...
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

Começo por pedir desculpa por um lapso. No comentário que coloquei no seu artigo anterior, escrevi "madeira" em vez de "Madeira". Erro grave mas que não foi propositado. Tenho por esta terra e estas gentes uma enorme admiração e é por isso que não calo a revolta contra os abusos do poder que tomou conta da nossa (des)governação. Caso contrário, estaria "nas tintas", como se costuma dizer.

Quanto ao que aqui diz, há que entender que o primeiro mal das ditaduras é o de fecharem todos os caminhos alternativos. Só há um, o do grande Chefe.
Assim sendo, não podem fazer a mínima cedência, temendo que o castelo de cartas se desmorone. Quando muito, se as propostas lhes parecem interessantes, esperam uns tempos e vestem-lhe novas roupagens, para que pareçam da sua autoria.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Trata-se mesmo de um castelo de cartas. E começa muito povo a dar muitos toques, aqui e ali, nas cartas da base e, portanto, o grande "chefe" enfrenta, hoje, o problema da implosão. Logo ele que dedicou uma vida à obra da construção civil, sente-se, agora, impotente para travar o desmoronamento do seu castelo e da sua torre de marfim!