Tenho em memória as declarações do Presidente da República sobre a "bomba atómica". O país está em convulsão, poucos acreditam neste governo, a coligação é um permanente faz-de-conta, o desemprego é superior a um milhão, assiste-se a um intencional roubo à carteira dos portugueses, a pobreza cresce de forma incontrolável, mas, perante um quadro negro, diz aos portugueses que não pode dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas. Na sua opinião não seria sensato, apesar de partidos, povo e a generalidade dos comentadores dizerem que tal seria necessário. Até o Provedor de Justiça! A "bomba atómica" da dissolução não se justifica e essa é sempre um último recurso. Pois bem, por aproximação aos professores, eles que andam há anos a ser maltratados e espezinhados (hoje mais do que nunca) entenderam, em fase de total desespero, aplicar a "bomba atómica", a greve, não por uma questão corporativista, mas porque estão em causa os direitos à dignidade, ao respeito e ao inalienável direito dos portugueses à Escola Pública, universal, inclusiva e de excelência. O Presidente acha que o País não está assim tão degradado como dizem, que até existe coesão social, pasme-se, por isso, deixa andar ainda mais bocadinho até que se afunde de vez! Os professores, pelo contrário, disseram não, basta, antes que o colapso se dê. Caiu o Carmo e a Trindade, ficaram possessos, não dormem e tudo fazem para descredibilizar, ainda mais, aqueles que ajudam a que o País forme para o conhecimento de que tanto necessitamos.
O tema mais delicado e muito complexo dos próximos dias é a anunciada greve dos professores. De um lado, duas grandes federações, a FENPROF e a FNE para além de outros sindicatos de menor expressão, do outro, praticamente isolado, o Ministério da Educação liderado pelo Ministro Nuno Crato. Ouvi-o, ontem, na RTP 1, com um conjunto de declarações esfarrapadas numa tentativa de levar a água ao seu moinho. Os sindicatos, sempre eles, são os maus da fita, os que não compreendem as situações, no essencial constituíram o seu alvo. E atenção, disse, estão em causa os alunos, o superior interesse dos jovens que se prepararam para o dia 17 e, portanto, não é correcto que os professores lhes criem problemas. Não disse que os professores têm direitos que resultam do seu Estatuto, que a negociação é um elemento base da vivência democrática e que esta implica, necessariamente, cedências de ambas as partes para que todos ganhem. Para que ganhe a Educação. Para Nuno Crato basta o formalismo de uma reunião onde, logo à partida, o ministério assume que se pode discutir tudo, todavia, nos pontos x, y, z, são intocáveis porque há compromissos assumidos e transversais à Administração Pública. Ponto final.
Não sei se bem comparadamente, mas ao correr do pensamento que escrevo estas linhas, tenho em memória as declarações do Presidente da República sobre a "bomba atómica". O país está em convulsão, poucos acreditam neste governo, a coligação é um permanente faz-de-conta, o desemprego é superior a um milhão, assiste-se a um intencional roubo à carteira dos portugueses, a pobreza cresce de forma incontrolável, mas, perante um quadro negro, diz aos portugueses que não pode dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas. Na sua opinião não seria sensato, apesar de partidos, povo e a generalidade dos comentadores dizerem que tal seria necessário. Até o Provedor de Justiça! A "bomba atómica" da dissolução não se justifica e essa é sempre um último recurso. Pois bem, por aproximação aos professores, eles que andam há anos a ser maltratados e espezinhados (hoje mais do que nunca) entenderam, em fase de total desespero, aplicar a "bomba atómica", a greve, não por uma questão corporativista, mas porque estão em causa os direitos à dignidade, ao respeito e ao inalienável direito dos portugueses à Escola Pública, universal, inclusiva e de excelência. O Presidente acha que o País não está assim tão degradado como dizem, que até existe coesão social, pasme-se, por isso, deixa andar ainda mais bocadinho até que se afunde de vez! Os professores, pelo contrário, disseram não, basta, antes que o colapso se dê. Caiu o Carmo e a Trindade, ficaram possessos, não dormem e tudo fazem para descredibilizar, ainda mais, aqueles que ajudam a que o País forme para o conhecimento de que tanto necessitamos.
O problema coloca-se agora num patamar de grandes decisões: ou os professores tomam consciência deste momento e fazem greve e, portanto, obrigam o governo à negociação ou, doravante, serão cada vez mais maltratados em função de interesses que não são os do País. A posição dos professores pode, inclusive, constituir exemplo para muitos outros sectores. Para Nuno Crato é a prova de fogo: ou cede, negociando, ou, havendo paralisação dos professores, acumulará uma segunda derrota no espaço de uma semana, que deve conduzir à sua demissão. Refiro-me à monumental derrota dos exames do 1º ciclo, uma aposta sua que redundou num enorme fracasso e a dos exames. Espero que a ronda de negociações desta manhã resulte em alguma coisa de substantivo.
Ilustração: Google Imagens.
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