Quando se negoceiam posições diferentes todos temos de perder alguma coisa para que todos ganhem muito. É isto que o ministro não entende, porque, ideologicamente, está amarrado ao despejo de milhares de professores para fora do sistema educativo. Quer impor a mobilidade como se as pessoas fossem peças descartáveis, de utilização fácil e pontual e, logo de seguida despachadas para aterro! Não são, Senhor Ministro. O Senhor sairá e os professores vão continuar. Tal como ouvi, na RTP, uma Senhora de uma aldeia: está na hora de saírem pela porta antes que tenham de sair pela janela!
Ora bem, eu só sinto a falta do padeiro quando ele faz greve; eu só sinto a falta do médico quando ele decide faltar à consulta do hospital; eu só sinto a falta de qualquer serviço público ou não quando lá vou e dou com as portas fechadas; eu só sinto falta dos transportes quando eles ficam na estação. Aí sinto que esses trabalhadores têm direito à indignação e a dizer basta. Porém, para o Presidente da República, que se esconde para não falar de assuntos bem mais graves do que uma greve (a miséria que estes governos da República e da Madeira estão a semear) para ele os "alunos devem ser poupados". Os direitos dos professores, esses, certamente, NÃO. Eu que fui professor durante toda a minha vida sei o que é ser professor, hoje mais do que nunca. E sei o desrespeito de que têm sido vítimas ao longo dos anos. Lá foi o tempo que um professor de qualquer nível de ensino era olhado com respeito, admiração e consideração. Hoje, não. são tratados como "lixo" por aproximação à linguagem das agências de rating. Não foi por acaso que mais de 100.000 professores se manifestaram em Lisboa contra as políticas do ministério da Draª Maria de Lurdes Rodrigues. E perante todo este quadro vem o ministro e o secretário falar de "superiores interesses dos alunos"? E vem o ministro ameaçar com uma "requisição civil" (procedimento que é ilegal face à lei) quando a essência da questão está no diálogo e na concertação? E vem o secretário regional falar de superiores interesses dos alunos, quando o governo a que pertence deve aos professores da Madeira cinco ou seis milhões de euros por atrasos na correcção dos seus salários.
Quando se negoceiam posições diferentes todos temos de perder alguma coisa para que todos ganhem muito. É isto que o ministro não entende, porque, ideologicamente, está amarrado ao despejo de milhares de professores para fora do sistema educativo. Quer impor a mobilidade como se as pessoas fossem peças descartáveis, de utilização fácil e pontual e, logo de seguida despachadas para aterro! Não são, Senhor Ministro. O Senhor sairá e os professores vão continuar. Tal como ouvi, na RTP, uma Senhora de uma aldeia: está na hora de saírem pela porta antes que tenham de sair pela janela!
Ilustração: Sítio da Internet da Fenprof
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