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domingo, 30 de junho de 2013

DEVERIAM "INAUGURAR" A PERDA DE AUTONOMIA. E SE HÁ "CONTENCIOSO" É ENTRE UM PODER EXECRÁVEL E O POVO DA REGIÃO.


Amanhã, esta gente que não tem noção do mal político que anda a fazer, porque tudo tem o seu tempo, melhor procederia se fizesse um acto de contrição, um mea culpa e saísse de cena, porque a situação é insustentável e não se compagina com a permanente mentira. À hora da sessão solene, Assembleia e Governo, deveriam "inaugurar" o desemprego de 25.000 madeirenses e portosantenses e as centenas de empresas que foram à falência; deveriam, mais tarde, "inaugurar" os cerca de 80.000 pobres; na hora do Te Deum, deveriam "inaugurar" as mais de 60 instituições que matam a fome; logo de seguida, "inaugurar" o desastre dos sistemas educativo e de saúde; a finalizar, deveriam descerrar duas placas evocativas dos mais de oito mil milhões em dívida (incluídas as PPP) e mais mil milhões de facturas escondidas aos olhos do povo, valores que estão a custar pesados sacrifícios ao Povo da Região. Depois, deveriam partir para os seus "exílios" dourados, mas deixando-nos da mão. Sinais dos tempos, até a estátua à Autonomia foi recolhida o que impedirá, julgo eu, a habitual cerimónia com a sempre ridícula deposição de flores, com venerandas cabeças inclinadas frente ao símbolo. Ainda bem, porque tal cerimónia a realizar-se traria consigo a imagem fúnebre de uma Autonomia defunta. Mas, o dia de amanhã, jamais se apagará da História. A Madeira, mais cedo que tarde, será resgatada das mãos de uma espécie de cangalheiros da Autonomia, e quando tal acontecer valerá a pena cantar a todo o pulmão o nosso hino. 

Apenas fumo!

A Assembleia Legislativa da Madeira, amanhã, na Ponta do Sol, fará uma Sessão Solene, pergunto, comemorativa de quê? Do Dia da Região? Julgo que a Assembleia, enquanto primeiro órgão de governo próprio da Madeira não tem nada para comemorar. Assembleia e Governo destruíram tudo. Exagero? Não. Não há exagero da minha parte, mas a realidade factual. E se assim escrevo é porque detesto a hipocrisia, a mentira e os rituais sem significado em cumprimento do calendário. Tratar-se-á de uma sessão pintada com as cores negras do desemprego e da pobreza. Sinais dos tempos, até a estátua à Autonomia foi recolhida o que impedirá, julgo eu, a habitual cerimónia com a sempre ridícula deposição de flores com venerandas cabeças inclinadas frente ao símbolo. Ainda bem, porque tal cerimónia a realizar-se traria consigo a imagem fúnebre de uma Autonomia defunta. Mas, o dia de amanhã, jamais se apagará da História. A Madeira, mais cedo que tarde, será resgatada das mãos de uma espécie de cangalheiros da Autonomia, e quando tal acontecer valerá a pena cantar a todo o pulmão o nosso hino: 
"Do vale à montanha e do mar à serra,
Teu povo humilde, estóico e valente
Entre a rocha dura te lavrou a terra,
Para lançar, do pão, a semente:
Herói do trabalho na montanha agreste,
Que se fez ao mar em vagas procelosas:
Os louros da vitória, em tuas mãos calosas
oram a herança que a teus filhos deste. (...)"
Amanhã, esta gente que não tem noção do mal político que anda a fazer, porque tudo tem o seu tempo, melhor procederia se fizesse um acto de contrição, um mea culpa e saísse de cena, porque a situação é insustentável e não se compagina com a permanente mentira. À hora da sessão solene, Assembleia e Governo, deveriam "inaugurar" o desemprego de 25.000 madeirenses e portosantenses e as centenas de empresas que foram à falência; deveriam, mais tarde, "inaugurar" os cerca de 80.000 pobres; na hora do Te Deum, deveriam "inaugurar" as mais de 60 instituições que matam a fome; logo de seguida, "inaugurar" o desastre dos sistemas educativo e de saúde; a finalizar, deveriam descerrar duas placa evocativas dos mais de oito mil milhões em dívida (incluídas as PPP) e mais mil milhões de facturas escondidas aos olhos do povo, valores que estão a custar pesados sacrifícios ao Povo da Região. Depois, deveriam partir para os seus exílios dourados, mas deixando-nos da mão.
Falar dos madeirenses no mundo tem, no momento que atravessamos, qualquer coisa de hipocrisia. São muitas centenas os que já partiram porque esta terra, desestruturada e esventrada de direitos, não garante sequer os patamares da sobrevivência. E lá vão eles para a Venezuela e para a África do Sul, para mais um jantar e umas palavras de circunstância que nunca se traduziram em actos sérios de aproximação e solução dos problemas que os emigrantes sentem, em alguns casos, derivados de uma emigração forçada. Tem faltado a quem governa autenticidade, verdade, honestidade, sentido de responsabilidade por quem teve de sair. Não obstante isso, falam, discursam, pintam de cores garridas uma situação que é trágica. No final da farsa de amanhã, assistir-se-á a mais um discurso a bater nos outros, na Constituição da República, naquilo que designam de "contencioso das autonomias", quando o contencioso é, inegavelmente, entre um poder execrável e o povo da Madeira e do Porto Santo.
Bem fazem todos os partidos da oposição em não comparecer àquela sessão que espelha a hipocrisia altifalante. Vão juntar-se na marina do Lugar de Baixo, enquanto símbolo do despesismo, da "fúria inauguracionista", símbolo da inversão das prioridades, marco da loucura pela obra descontextualizada da realidade, sinal de um governo que nunca olhou a médios para atingir os seus fins, símbolo, também, da prepotência, do quero, mando e posso.
Mas o povo da Madeira triunfará. Estou certo disso. 
Ilustração: Arquivo próprio. 

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