Depois do cartaz do “Vai Estudar Relvas” ter estado na Volta à França em bicicleta e nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) os apupos, desta feita orais, chegaram aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). No passado dia 11 de Setembro de 2013 um grupo de emigrantes portugueses protagonizou um protesto contra o ex-ministro chamando-lhe “aldrabão” e “ladrão”, “vai estudar” “nem aqui te dão o diploma”. A gravação da manifestação está no YouTube para quem quiser ver.
O meu Amigo Professor Doutor Gustavo Pires, da Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, escreveu um artigo no 1º DE JANEIRO, o qual subscrevo na íntegra.
"Aquilo que previmos num texto de 5 de Agosto aquando da nomeação de Miguel Relvas para o cargo de Alto-comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa no Brasil está a acontecer e, se os portugueses forem pessoas de bem, vai continuar a acontecer e cada vez com mais intensidade não só relativamente a Relvas como a todos esses figurões que, à esquerda e à direita, nas mais diversas instituições, se servem do sistema à custa de desgraçarem o País e os portugueses.
Como português devo dizer que sinto uma profunda vergonha por tudo aquilo que está a acontecer ao desporto em Portugal sobretudo ao Movimento Olímpico. Para mim, o desporto sempre foi uma coisa séria, popular mas respeitável que, da educação desportiva aos Jogos Olímpicos, deve ser implementada com a máxima dignidade e honra. Ora, o que se está a passar no desporto português não tem nem dignidade nem honra. Por isso, felizmente, explodiu uma “bomba relógio” no Rio de Janeiro e esperamos que venham a rebentar muitas mais, através de manifestações espontâneas de cidadãos indignados mas completamente livres das tutelas partidárias ou sindicais que são tão responsáveis pela a situação em que nos encontramos quanto os estuporados governos que têm desgraçado o País.
Assim sendo, para além de qualquer estatuto profissional de sobrevivência, aqueles que de uma forma livre, a título individual ou colectivo, aceitam associar o seu nome ao que se está a passar, independentemente de: poderem dizer que não sabiam; afirmarem que não foram informados blá, blá, blá…; terem sido campeões olímpicos ou; terem ganho os prémios mais prestigiados das artes ou das letras, estão a pôr em causa a consideração social a que têm direito. Porque, “diz-me com quem andas…”.
Quando Miguel Relvas é proposto para Alto-comissário da Casa Olímpica não se trata nem deixa de tratar de uma decisão tomada para além dos “estados de alma” de quem quer que seja. Pretender justificar uma incómoda decisão de contornos éticos perturbantes através de uma posição institucional parece-me, no mínimo, falta de coragem. Porque, propor Relvas para Alto-comissário da Casa Olímpica trata-se é do estado de alma de uma instituição cujos princípios e valores deviam, corajosamente, estar acima de qualquer crítica.
Há mínimos de decoro que não devem ser ultrapassados. Porque, quando são ultrapassados, para além de significarem uma afronta à inteligência dos portugueses, significam também que há pessoas que não têm categoria para liderarem as instituição de que são responsáveis.
Vocês não se indignam com a impunidade que percorre Portugal? Eu, muito."
Ilustração: Google Imagens.
Ilustração: Google Imagens.
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