Este tipo de política labrega e sem escrúpulos, esta ânsia de destruir o Estado, reduzindo-o ao essencial que, sinceramente, não sei definir, esta onda liberal que esmaga e tritura tudo em função dos interesses do capital selvagem, esta fome de dinheirinho fresco que os novos piratas perseguem, esta forma de todos os dias mentir e mentir com um ar sério e convincente, este esmagamento pensado, reflectido e estruturado no tempo para remeter à pobreza milhares que apenas desejam ser minimamente felizes, esta destruição do tecido social condenando a um gulag dos novos tempos, onde se reprime não reprimindo, esta doentia perseguição às pessoas castigando-as com impostos e despedimentos, este miserável ataque aos aposentados, esta fúria privatizadora nos sectores estratégicos do Estado, esta gentalha que entra pela porta das traseiras com receio das manifestações do povo, esta gente que governa, fazendo o trabalho sujo que outros fóruns determinam, esperando uma recompensa, só gente desta é capaz de ter a lata de questionar, publicamente, o que o primeiro-ministro questionou: "Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes serviu até hoje a Constituição?" Ele deveria ler o Artigo 58º da Constituição da República (Direito ao Trabalho). Está lá tudo. Porém, aquilo a que temos assistido são políticas de esvaziamento da capacidade das empresas, espremendo-as com impostos e atitudes persecutórias, o convite ao despedimento forçado de funcionários públicos quando, neste caso, nos situamos abaixo da média europeia. Ele que enuncie as políticas que implementou no sentido do emprego! Enuncie. Pois bem, a questão que qualquer cidadão hoje coloca não é aquela, mas quantos despedimentos foram evitados pela existência da nossa Constituição.
Um mentiroso compulsivo que governa o nosso País com nove séculos de História. Hoje, sabe-se que o "pote" é a carteira dos portugueses. |
"Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes serviu até hoje a Constituição?" - Pedro Passos Coelho, Primeiro-Ministro. Um sujeito que diz isto, é, com todas as letras, um parvalhão. Li, na revista do DN-Madeira, o texto de Ana Sá Lopes, jornalista do 'i': "O primeiro-ministro comportou-se como um golpista de Estado, no mais demagógico ataque feito por algum titular de órgão de soberania contra a Constituição que está obrigado a cumprir - e contra o Presidente da República, que jurou cumpri-la, que desencadeou a avaliação preventiva da lei dos despedimentos da função pública".
Quando o escutei a vomitar aquela frase, parei, reflecti e deixei passar o impulso do momento. Hoje, escrevo, mais sereno mas revoltado. A questão que qualquer cidadão hoje coloca não é aquela, mas quantos despedimentos foram evitados pela existência da nossa Constituição. Este tipo de política labrega e sem escrúpulos, esta ânsia de destruir o Estado, reduzindo-o ao essencial que, sinceramente, não sei definir, esta onda liberal que esmaga e tritura tudo em função dos interesses do capital selvagem, esta fome de dinheirinho fresco que os novos piratas perseguem, esta forma de todos os dias mentir e mentir com um ar sério e convincente, este esmagamento pensado, reflectido e estruturado no tempo para remeter à pobreza milhares que apenas desejam ser minimamente felizes, esta destruição do tecido social condenando a um gulag dos novos tempos, onde se reprime não reprimindo, esta doentia perseguição às pessoas castigando-as com impostos e despedimentos, este miserável ataque aos aposentados, esta fúria privatizadora que demonstram em sectores estratégicos do Estado, esta gentalha que entra pela porta das traseiras com receio das manifestações do povo, esta gente que governa, fazendo o trabalho sujo que outros fóruns determinam, esperando uma recompensa, só gente desta é capaz de ter a lata de questionar, publicamente, o que o primeiro-ministro questionou.
Tenho acompanhado o ex-primeiro-ministro Engº José Sócrates nos seus comentários semanais. Eu que tive dúvidas sobre algumas decisões assumidas, sobretudo no segundo mandato, que escrevi e questionei, hoje digo, sem qualquer dúvida, como pôde o País perder um político destes! Como? As peças do puzzle, semanalmente encaixam-se e dão-nos a perceber a diferença entre um político preparado e um aprendiz de feiticeiro. Agora também percebo o silêncio que se faz após as suas presenças na RTP1. No início foi a chuva de críticas sobre a RTP, todos os dias, políticos, sobretudo do PSD e do CDS, questionando a decisão, combatendo e enxovalhando e, hoje, remetidos andam a um silêncio sepulcral, simplesmente porque não têm argumentos para combater a verdade histórica. O que hoje se sabe é que o PEC IV, negociado ao mais alto nível político europeu, evitaria a troika, estaríamos numa situação muito parecida com a espanhola, não teríamos este fadário de ter de aturar as exigências e as contradições do FMI, da União Europeia, do Banco Central Europeu e de tantos outros grupos de pressão que apenas querem sugar o povo português. A ânsia de querer ir ao "pote" foi tão grande que a impreparação resultou em danos que levará muitos e muitos anos para recuperar.
Regresso à frase de Pedro Passos Coelho: "Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes serviu até hoje a Constituição?". Ele deveria ler o Artigo 58º da Constituição da República (Direito ao Trabalho). Está lá tudo. Deveria questionar-se, por exemplo, o que fez ao longo destes dois anos no que concerne à implementação de "políticas de pleno emprego". Porém, aquilo a que temos assistido são políticas de esvaziamento da capacidade das empresas, espremendo-as com impostos e atitudes persecutórias, o que temos vindo a assistir é ao convite ao despedimento forçado de funcionários públicos quando nos situamos abaixo da média europeia. Ele que enuncie as políticas que implementou no sentido do emprego! Enuncie. Vou ficar por aqui, porque escrevo ao correr do pensamento e apetece-me ser muito desagradável com esta corja que nos governa! Ponto final.
Ilustração: Google Imagens.
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