Para alguns o calendário parou no dia 28 de Setembro de 2013. Salazar também já estava a olhar para ontem e ainda acreditava que era presidente do Conselho de Ministros. Nem a "mudança" de hora de Inverno os faz despertar. Continuam a acreditar em "teses" fraudulentas, a ler o mesmo livrinho, já sem capa, editado há quase quarenta anos, a seguir as "nep" (normas de execução permanente), a governar guiados pelas estrelas, enfim, dizendo coisas disparatadas como se não estivesse à vista de todos o desastre, a incapacidade política, os indicadores económicos, financeiros e sociais que provam que o melhor que teriam a fazer era se demitirem, devolvendo, por aí, o futuro da Madeira aos madeirenses e portosantenses. Relembro, a propósito, o que o "chefe" disse quando tomou posse, em 1978, no século passado: "A Madeira será o que os madeirenses quiserem". Pois bem, vamos a isso. Ainda ontem um deputado do PSD, na Assembleia Legislativa da Madeira, pediu uma "Madeira Livre". É um dos tais cujos ponteiros do relógio político engatou no dia 28 de Setembro. Nem para a frente nem para trás. Deve ter tomado um qualquer sedativo e ainda não acordou para a nova realidade. Ou, então, ainda se encontra na fase de negação e isolamento ao jeito de "isto não pode estar a acontecer"! Mas está. Felizmente. Dizem os livros que se trata de uma fase. Seguir-se-ão a raiva (já existem alguns sinais muito significativos), depois, a depressão e, lá mais para diante, a aceitação. Portanto, quem pede uma "Madeira Livre", tendo em conta todo o histórico, obviamente que ainda não caiu em si, não abriu os olhos para os 7.4 na escala jardinista!
A fase da negação... Isto não pode estar a acontecer! |
Lá virá o dia da aceitação, o dia que o deputado(s) tomará consciência que os caminhos da Madeira Livre são outros que não aqueles que alimentou durante anos. Uma Madeira livre de mentiras, de bajuladores, de interesses múltiplos que a levaram à falência económica, financeira, social e cultural, livre de pobres, livre da dívida de mais de 6.3 mil milhões de euros, livre da dupla austeridade, livre das ofensas gratuitas, livre do Jornal da Madeira, livre de um Estatuto Político-Administrativo elaborado à medida dos interesses e, religiosamente, não alterado, livre de um Regimento na Assembleia que bloqueia o direito à palavra, livre para que esta seja, de novo, a "Pérola do Atlântico", onde as empresas possam funcionar e esbater os 25.000 desempregados que a megalomania gerou. Só que, o deputado, para mostrar servicinho à causa, falou da libertação da terra. Se leu um texto irónico, leia-o ao ouvido do "patrão" partidário. Não na Assembleia. Enfrente-o, candidate-se, seja mais um no extenso delfinário e fale do seu pensamento sobre a liberdade necessária ao desenvolvimento da Madeira. Só que o texto não foi irónico, pelo contrário, pareceu-me politicamente de encomenda, onde até se debruçou sobre a revisão constitucional tão ao gosto do "patrão"!
Mas o dia de ontem ficou marcado por uma outra pérola, através de um comunicado dos vereadores do PSD-M na Câmara Municipal do Funchal. O primeiro de muitos que farão ao longo do mandato. É desculpável, porque estão a aprender a ser oposição. Foram muitos anos de um extenso poleiro que atravessava a ilha de uma ponta a outra. Aprendam, serenamente, através de comunicados e conferências de imprensa.
O comunicado a que me refiro é, espantosamente, RIDÍCULO. Desenvolve a ideia que o novo presidente da Câmara Municipal do Funchal quer poderes que não lhe pertencem, como para justificar aquilo que não irá realizar. Repito, que espantosa criatividade! Tomaram posse há uma semana, ainda não conhecem todos os corredores da Câmara, a instalação, presumo, ainda decorre, e zás, logo um comunicado para gerar perturbação. Nem em conta tiveram os poderes que atribuíram ao Dr. Miguel Albuquerque durante 20 anos e os poderes que o Dr. Bruno Pereira desfrutou nos últimos oito anos. Importante foi pegar na metralhadora e começar disparar. Repito o que ainda ontem escrevi: senhores vereadores do PSD-M (...) "as novas dinâmicas políticas não se esgotam na delegação de poderes. De todo, não se esgotam.
A "feijoada" em plena campanha eleitoral já começou a surtir efeito. |
De qualquer forma fica evidente a existência de um tom de ressabiamento político pela perda da Câmara na sequência do acto eleitoral. O que se está a passar cheira a uma espécie de vingançazinha a frio!" E essa vingança é sobre o povo, não sobre os que venceram. Trata-se, por tudo isto, de um comunicado feio, muito feio, de mau perder, até porque o actual presidente da Câmara, dessa situação (delegação de poderes), não tem feito, e, julgo eu, não tinha de fazer, cavalo de batalha das incoerências de outros. O que está em causa é o comportamento e não a delegação de poderes. Que fique claro.
E hoje, pensando melhor, digo, ainda bem que os poderes foram limitados. Quando os assuntos mais delicados forem colocados em cima da mesa, ai sim, a população tomará consciência do sentido de voto de cada um. Por exemplo, depois do que foi dito sobre a redução do IMI e de alguma ajuda aos idosos carenciados ao nível da factura dos medicamentos, estaremos todos aí para ver qual será o posicionamento dos vereadores do PSD-M. Para serem coerentes terão de chumbar, mas admito que um raio de luz os ilumine. Diz a sabedoria popular que "só os burros não mudam". Espero que mudem, ou então, o comunicado de ontem começa a denunciar que estão a construir a arma da própria auto-destruição. Se é assim prevejo que não cheguem ao final do mandato.
Ilustração: Google Imagens.
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