"Confidencialidade dos processos"? Ora, ninguém quer saber quem são, quais os nomes das famílias em situação complexa. O que é legítimo e que toda a população deve o conhecer é a situação real, os números exactos, as carências habitacionais e as políticas previstas para solucionar ou atenuar a situação. Não se trata, pois, de "confidencialidade dos processos", mas de rigor, frontalidade, honestidade e dever de quem assumiu a responsabilidade de conduzir um serviço. Se tem medo de apresentar os dados, se tem medo de quem aprovou a sua designação para o lugar político que ocupa, então, resta-lhe um pingo de respeito por si próprio colocando o lugar à disposição. Estava eu a ler a peça jornalistica e só me conseguia lembrar do Agildo Ribeiro, fantástico humorista brasileiro, que interpretou, sobre temas diversos, a figura de "porta-voz das autoridades competentes".
O jornalista Orlando Drumond, do DN-Madeira, assina, na edição de hoje, uma peça de relevante importância: a questão da habitação e das dezenas de crianças que esperam por espaço que garanta dignidade ao seu crescimento e desenvolvimento. O jornalista situa ao nível das dezenas e eu colocaria as necessidades ao nível das centenas, quando se sabe que, hoje, os bairros sociais, em muitos casos estão sobrelotados. Onde o espaço se destinava a uma família, por razões de desemprego, entre outras, abrigam um número de pessoas superior ao desejável. Mas, enfim, essa é uma outra questão que merece ser equacionada para que se conheça a realidade. Para já, espantosa, ou talvez não, foi a posição assumida pelo presidente do IHM, Arquitecto Carlos Gonçalves que, ao jornalista, fugiu às questões como "gato sobre brasas" ou "rabo fugindo à seringa". Refere a peça: "(...) O DIÁRIO procurou junto do Instituto de Habitação da Madeira (IHM) obter indicadores concretos, para uma melhor avaliação sobre a realidade da precariedade em que muitas famílias vivem. Nomeadamente o número de menores que integram os 350 agregados familiares que o próprio presidente do conselho de administração reconheceu ser aquelas que justificam realojamento a curto prazo. Outra das questões colocadas ao responsável pelo IHM foi quantas famílias com crianças e jovens se candidataram ao apoio no âmbito do PRID - Programa de Recuperação de Imóveis Degradados e entre as mais de duas dezenas de agregados contemplados com esta ajuda já este mês, quantas famílias com menores. Perguntas que ficaram sem resposta concisa. Por escrito, Carlos Gonçalves evitou avançar com números ou sequer estimativas, optando antes por justificar que são inúmeros os factores que determinam os casos de iminentes carências habitacionais. Com a ressalva da "confidencialidade dos processos", o presidente da IHM esclareceu apenas que o único esclarecimento a dar "é que quando se fala na urgência social na habitação são inúmeros os factores que entram em conta, nomeadamente, condições da habitação, faixas etárias mais frágeis (crianças e idosos), problemas de saúde no agregado, etc.".
O jornalista Orlando Drumond, do DN-Madeira, assina, na edição de hoje, uma peça de relevante importância: a questão da habitação e das dezenas de crianças que esperam por espaço que garanta dignidade ao seu crescimento e desenvolvimento. O jornalista situa ao nível das dezenas e eu colocaria as necessidades ao nível das centenas, quando se sabe que, hoje, os bairros sociais, em muitos casos estão sobrelotados. Onde o espaço se destinava a uma família, por razões de desemprego, entre outras, abrigam um número de pessoas superior ao desejável. Mas, enfim, essa é uma outra questão que merece ser equacionada para que se conheça a realidade. Para já, espantosa, ou talvez não, foi a posição assumida pelo presidente do IHM, Arquitecto Carlos Gonçalves que, ao jornalista, fugiu às questões como "gato sobre brasas" ou "rabo fugindo à seringa". Refere a peça: "(...) O DIÁRIO procurou junto do Instituto de Habitação da Madeira (IHM) obter indicadores concretos, para uma melhor avaliação sobre a realidade da precariedade em que muitas famílias vivem. Nomeadamente o número de menores que integram os 350 agregados familiares que o próprio presidente do conselho de administração reconheceu ser aquelas que justificam realojamento a curto prazo. Outra das questões colocadas ao responsável pelo IHM foi quantas famílias com crianças e jovens se candidataram ao apoio no âmbito do PRID - Programa de Recuperação de Imóveis Degradados e entre as mais de duas dezenas de agregados contemplados com esta ajuda já este mês, quantas famílias com menores. Perguntas que ficaram sem resposta concisa. Por escrito, Carlos Gonçalves evitou avançar com números ou sequer estimativas, optando antes por justificar que são inúmeros os factores que determinam os casos de iminentes carências habitacionais. Com a ressalva da "confidencialidade dos processos", o presidente da IHM esclareceu apenas que o único esclarecimento a dar "é que quando se fala na urgência social na habitação são inúmeros os factores que entram em conta, nomeadamente, condições da habitação, faixas etárias mais frágeis (crianças e idosos), problemas de saúde no agregado, etc.".
"Confidencialidade dos processos"? Ora, ninguém quer saber quem são, quais os nomes das famílias em situação complexa. O que é legítimo e que toda a população deve o conhecer é a situação real, os números exactos, as carências habitacionais e as políticas previstas para solucionar ou atenuar a situação. Não se trata, pois, de "confidencialidade dos processos", mas de rigor, frontalidade, honestidade e dever de quem assumiu a responsabilidade de conduzir um serviço. Se tem medo de apresentar os dados, se tem medo de quem aprovou a sua designação para o lugar político que ocupa, então, resta-lhe um pingo de respeito por si próprio colocando o lugar à disposição. Estava eu a ler a peça jornalistica e só me conseguia lembrar do Agildo Ribeiro, fantástico humorista brasileiro, que interpretou, sobre temas diversos, a figura de "porta-voz das autoridades competentes". Aqui é sobre uma incineradora, mas tanto faz. Ora, assistam e digam-me lá se não é verdade.
Ilustração: Google Imagens.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Caro João André Escórcio, não sei se já leu o suplemento da revista do Publico,documento relativo a uma análise à Madeira actual.
A sua divulgação aí na Madeira, com a maior abrangência possível, não seria uma boa oportunidade de elucidação para estes novos tempos.
Deixo aqui o endereço;
http://www.publico.pt/portugal/noticia/a-madeira-esta-a-perder-o-medo-1621754
Abraço
José Valério
Obrigado pela sua sugestão. Um abraço.
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