"(...) nunca é tarde para cada um se levantar e seguir adiante, o primeiro passo a dar é romper com o imobilismo, com a passividade e com a inércia, o segundo é colocar em movimento, em caminho, em procura e então no terceiro já existe a dinâmica e a “embalagem” necessárias para se libertar dessa “letargia” e dessa “entropia” que consome todos aqueles que, ao longo dos anos, nada fazem. Neste contexto, a esperança é e será sempre a mola propulsora da vida. Ajuda a ver o sol apesar das nuvens densas. (...) Apesar da existência, da presença e da permanência de contradições no dia a dia da nossa vida, este sentido da esperança possibilita a cada pessoa um olhar desdramatizado para o futuro que interpreta o presente sem medo e sem pânico. (...) Por isso, é hora de soltar um olhar solidário e fraterno para os amigos e bocejar para os inimigos." - Excerto de um texto do Dr. Marco Gomes, director regional da Educação, publicado na edição de hoje do DN-Madeira.
Ao lado deste artigo li uma muito bem conseguida síntese do Jornalista Francisco José Cardoso, que apresentou os números da estatística titulando-os de "Retrocesso Social". Basta ler com atenção este resumo para leituras mais apuradas, cruzando com outros indicadores disponíveis Por exemplo, o Económico de 31 de Dezembro (LUSA) pode ler-se que o nível de vida das famílias portuguesas recuou, em 2013, para valores de 1990, ficando 25% abaixo da média europeia. Com todos aqueles dados (e outros disponíveis), com a proliferação de instituições de solidariedade social que matam a fome, pergunta-se, como é que muitos podem se libertar da "letargia" como se nada quisessem fazer? Como podem ver nas suas vidas "o sol apesar das nuvens densas"? Como podem "desdramatizar" as situações interpretando "o presente sem medo e sem pânico"? Não sei. O Dr. Marco Gomes, enquanto governante, terá a fórmula secreta para combater a pobreza persistente de uma larga faixa da população.
Tenho apreço pelo Dr. Marco Gomes, apesar de não nos conhecermos no plano pessoal, apreço esse por alguns artigos de opinião que publica. Como político, nem por isso, porque o sistema educativo merece outra dinâmica. Mas essa é outra história. É por isso que, arrepiou-me ler que esta é "hora de soltar um olhar solidário e fraterno para os amigos e bocejar para os inimigos." Pergunto, quem são os verdadeiros inimigos de quem não tem emprego? Quem são os inimigos que conduzem a que, no plano da saúde, muitas receitas médicas fiquem no balcão das farmácias? Gostaria de conhecer a posição do governante. A um outro nível, nego-me a bocejar para quem não tem apreço por mim. Aliás, tenho muitos que me complicaram a vida ao longo de anos, mas o tempo acabou por ditar que esse comportamento de desprezo não fazia qualquer sentido. Apostei nas boas relações, embora pensando de forma diferente. Fico por aqui, do muito que me apetecia escrever. Hoje é Domingo!
Ilustração: Google Imagens.
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