Nota prévia
Não conheço, pessoalmente, o Dr. Armando Vara. Apenas sei que teve um percurso no PS e que a Justiça condenou-o a uns anos de prisão efectiva. Que esgotou todos os recursos e com a sentença transitada em julgado, provavelmente, dará entrada em um estabelecimento prisional.
Obviamente que se diz inocente. Não sei e não me interessa saber. Se todos os patamares da Justiça consideraram-no culpado, então aí o problema é de consciência do próprio. De resto não conheço o processo, tampouco sou jurista para, permitam-me a expressão, mandar aqui uns palpites. Porém, anteontem, a "procuradora" da SIC, Manuela Moura Guedes, confesso que não a tenho como jornalista de excelência, ao comentar a figura do cidadão Armando Vara disse que se tratava de uma figura "sinistra".
Quero admitir que se tratou de um exagero ou deslize de linguagem. Não lhe ficou bem. Eu não conseguiria dizer aquilo de um cidadão mesmo com o grau de culpabilidade a que o Tribunal chegou. A palavra tem uma carga, pelo menos para mim, tão negativa que a coloca junto de um inveterado criminoso, muito para além do quadro da corrupção. A palavra transporta um grau de perversidade, de pavor, de uma maldição e de uma propensão para o mal assustador, que julgo de todo inadequada. Manuela Moura Guedes não o classificou de figura "sinistra" por ter lateralidade "esquerda" ou por ter mau aspecto, outrossim, quis maltratar, amesquinhar e aviltar publicamente. Deveria ter-se circunscrito ao acórdão judicial, divulgando-o e comentando-o, aspecto totalmente diferente de entrar em comentários grosseiros de cidadã para cidadão. Já há dias, referindo-se à Assembleia da República, a comentadora da SIC defendeu que os deputados são como rebanhos: "tudo vota em rebanho, mesmo quanto não estão lá". Ela sabe porque por lá passou no grupo parlamentar do CDS! Para além de uma outra situação, ali para os lados de Belém, aquando de uma prova de atletismo, tendo deixado registado na sua página de facebook: “(…) Só me apetece atropelar estes bandos de viciados (…)”.
No caso Vara cheirou-me a vingança pelos maus momentos que efectivamente passou (e também provocou com o seu ar altivo), quando era pivot do Jornal Nacional. Só que uma pessoa não se enaltece e se torna reconhecida quando regressa ao ecrã e sente o "poder" de pensar "agora é a minha vez... estão fritos". Alguns comentadores são assim. Que mal existe nisso, perguntar-me-ão alguns. Pois, apenas digo, tenho bom remédio, mudo de canal, porque não gosto da agressividade, sobretudo quando um sujeito está no chão, irremediavelmente KO e continuam a lhe bater!
Ilustração: Google Imagens.
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