Há situações que não sei como defini-las: se se trata de um acto de momentânea irresponsabilidade, se de arrogância pela função que desempenham ou de duvidosa formação pessoal. Pior ainda quando um acto é cometido por um deputado que deveria ser o exemplo máximo de conduta irrepreensível. Só que isto é nacional, tantos os casos já julgados ou em curso que envolvem políticos que desonram a democracia representativa e, portanto, a dignidade das funções que desempenham(ram).
Agora foi um deputado que fugiu a uma operação stop, mas foi apanhado e detido com "1,87 gramas de álcool por litro de sangue", segundo o DN-Madeira.
As perguntas que desde logo emergem são estas: como é possível uma figura destas manter-se na Assembleia após aquele acto? Como pode ser representante do povo que o elegeu? Como poderá, doravante, falar sobre o que for?
Para além da mancha, conhecida a forma como muitas vezes os debates ocorrem, no mínimo, pode ouvir de uma bancada: "tás com os copos?".
É que não basta pedir o levantamento da imunidade parlamentar, quando está em causa o péssimo exemplo dado. Ser deputado não é um emprego, é sim um temporário serviço público à comunidade, é ser exemplo para os demais quando fala ou se comporta na sua vida social. Ou não será assim?
O exercício da política está muito abaixo dos patamares comportamentais exigíveis. Do passado ao presente, embora com contornos e níveis diversos e são tantos os maus exemplos de arrepiar, a Assembleia Legislativa da Madeira tem sido um feudo, uma propriedade para alguns ali colocarem os amigos a quem não podem dizer NÃO, os cúmplices, aqueles a quem devem favores políticos, os facilmente subjugáveis, os medíocres, os caciques locais, gente que a maioria do povo não os conhece e que, depois, recebem em troco do voto as atitudes que essa mesma maioria repudia.
Julgo necessário uma transformação no sentido da dignificação do primeiro órgão de governo próprio. É preciso que a Assembleia seja composta por pessoas impolutas, socialmente credíveis, respeitáveis e de qualidade. Assim, NÃO!
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