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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PÂNTANO, DISSE ELE!

Chega a ser chocante o que se afirma e como se atiram pedras quando os próprios telhados são de vidro...
A ligeireza, a forma, a expressão facial e o tom da comunicação, assume, muitas vezes, contornos de algum ridículo político. Ontem, uma vez mais, ouvi o dr. Guilherme Silva falar sobre o País e, inevitavelmente, sobre a Lei das Finanças Regionais. Falou de um "pântano", recuperando uma antiga expressão do Engº António Guterres, agora, de forma descontextualizada, mas, evidentemente, no quadro do pensamento político que o Deputado do PSD defende. Pântano, disse ele!
Ora, é a própria discussão em redor da Lei das Finanças Regionais, essa luta por uma reivindicação de alguns milhões que, de fundo, nada resolvem, que prova a existência de um terreno político regional extremamente pantanoso, gerado por quem detém o poder há 34 anos. Não foram os partidos da oposição que criaram o monstro nas finanças, no desemprego, na pobreza, na mentalidade e na incultura, monstro sobre o qual o governo já não tem controlo, não sabe como dominá-lo e daí a luta por mais uns dinheirinhos que apenas servem para libertar meia dúzia de facturas. Este é o "pântano" que o Deputado Guilherme Silva sabe existir mas que a cegueira política impede de ver e de, pelo menos, ter um discurso mais sensato.
Eu, certamente como muitos, seguindo as imagens e os discursos, fico a pensar se figuras como do Dr. Guilherme Silva partem do princípio que somos uns mentecaptos, uns ignorantes, uns incapazes de raciocinar e de cruzar toda a informação disponível. Incapazes de olhar para toda a história do processo, ouvir coisas como se todos tivessemos memória curta, como se de um lado estivessem os imaculados e, do outro, a desprezível cambada. Chega a ser chocante o que se afirma e como se atiram pedras quando os próprios telhados são de vidro.
Já aqui sublinhei que, enquanto madeirense, não exijo a solidariedade nacional mas a responsabilidade nacional, isto é, não aceito que a Madeira ande de mão estendida, mas também não aceito o regabofe financeiro numa Região que acentuou gravíssimas assimetrias económicas, sociais e culturais. Neste quadro de absoluta aflição para os empresários, para os trabalhadores, para os pobres, resta-lhes afastarem-se do pântano, rapidamente. Só que há muita gente a dar para este peditório!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Anónimo disse...

este pm não serve para o país e para o ps-m.

o seu carácter é ... demais...

André Escórcio disse...

Com o devido respeito pelo seu comentário, eu considero que não é o Primeiro-Ministro que está em causa (este ou outro qualquer, socialista ou social-democrata) mas sim os 34 anos de governação que geraram uma situação muito complexa para resolver. No essencial, como todos nós, se ganhamos 10 não podemos gastar 15! É óbvio. Depois há a questão da negociação. Quando precisamos de negociar direitos e deveres não é de bom senso atacar de qualquer forma e feitio, com ofensas e atitudes desagradáveis.