Há mais vida política para além de uma mesa na Assembleia Legislativa da Madeira.
A situação política regional caminha, serena mas seguramente, para um quadro de conflito social. Penso que não há volta a dar. Infelizmente, o digo. Quando se olha para uma série de indicadores, desde a angústia que paira entre os empresários, aos arrepiantes números do desemprego até às bolsas de pobreza que florescem, é óbvio que emerge uma sensação de desconforto e de grande preocupação. Ao nível do espaço continental não sei se não estamos a caminhar no sentido do conflito aberto, quando o quadro genérico da actividade política não dá sinais de qualquer atitude no sentido da convergência possível, para que o País devolva ao seu povo a confiança que tanto necessita para acreditar no seu próprio futuro. Assiste-se a uma luta cega pelo poder e de botabaixismo em descontrolada aceleração, muito para além do razoável e que o próprio exercício da Democracia suscita. Por aqui, o quadro parece-me mais grave, sobretudo porque olho em redor e não vislumbro (será erro meu?) uma necessária capacidade de reacção às adversidades, um sentido prospectivo, isto é, uma capacidade de trazer o futuro ao presente e desenhá-lo com sustentabilidade. O que se vê, todos os dias, são exorbitantes facturas por pagar, cofre vazio, regresso da emigração, desemprego crescente, gente a bater à porta da solidariedade, devolução das habitações aos bancos, angústia e suicídios. É o que se vê e o que se sente. Vejo os políticos com funções governativas mais apostados em disfarçar do que em traçar os caminhos de esperança; vejo uma luta acéfala pela manutenção do lugarzinho de poder, pequeno ou grande, do que disponibilizar-se para a solução; vejo uma preocupação por reforçar a anestesia do povo do que despertá-lo para as tarefas que lhe incumbe no processo de revitalização; vejo a escola paralisada, mantendo a matriz da Sociedade Industrial, por isso mesmo incapaz e sem força para constituir o motor do futuro. É o que vejo, enquanto cidadão, despido das minhas vestes partidárias.
A situação política regional caminha, serena mas seguramente, para um quadro de conflito social. Penso que não há volta a dar. Infelizmente, o digo. Quando se olha para uma série de indicadores, desde a angústia que paira entre os empresários, aos arrepiantes números do desemprego até às bolsas de pobreza que florescem, é óbvio que emerge uma sensação de desconforto e de grande preocupação. Ao nível do espaço continental não sei se não estamos a caminhar no sentido do conflito aberto, quando o quadro genérico da actividade política não dá sinais de qualquer atitude no sentido da convergência possível, para que o País devolva ao seu povo a confiança que tanto necessita para acreditar no seu próprio futuro. Assiste-se a uma luta cega pelo poder e de botabaixismo em descontrolada aceleração, muito para além do razoável e que o próprio exercício da Democracia suscita. Por aqui, o quadro parece-me mais grave, sobretudo porque olho em redor e não vislumbro (será erro meu?) uma necessária capacidade de reacção às adversidades, um sentido prospectivo, isto é, uma capacidade de trazer o futuro ao presente e desenhá-lo com sustentabilidade. O que se vê, todos os dias, são exorbitantes facturas por pagar, cofre vazio, regresso da emigração, desemprego crescente, gente a bater à porta da solidariedade, devolução das habitações aos bancos, angústia e suicídios. É o que se vê e o que se sente. Vejo os políticos com funções governativas mais apostados em disfarçar do que em traçar os caminhos de esperança; vejo uma luta acéfala pela manutenção do lugarzinho de poder, pequeno ou grande, do que disponibilizar-se para a solução; vejo uma preocupação por reforçar a anestesia do povo do que despertá-lo para as tarefas que lhe incumbe no processo de revitalização; vejo a escola paralisada, mantendo a matriz da Sociedade Industrial, por isso mesmo incapaz e sem força para constituir o motor do futuro. É o que vejo, enquanto cidadão, despido das minhas vestes partidárias.
É por isso que, nesta serena manhã de Domingo, nublada na minha zona, despertei com o sentimento que há que fazer muito mais. Há que romper com o cinzentismo da política regional, numa atitude de colaboração na busca de soluções. Mas, para que tal aconteça, há uma absoluta necessidade de duas coisas: primeiro, a tomada de consciência que o exercício da política deve constituir, sobretudo, um serviço à comunidade. Todos perdem quando enveredam pelo caminho do controlo do pequeno grupo, do insensato jogo de colocar peças aqui e ali para, tarde ou cedo, controlarem o poder. Todos perdem quando se esquecem que um partido só se justifica se tiver como missão ganhar eleições para implementar uma política. Todos perdem quando colocam acima dos interesses do Povo os interesses pessoais, simplesmente porque há mais vida política para além de uma mesa e de uma cadeira na Assembleia Legislativa da Madeira; em segundo lugar, que uma alternativa só se constrói com a qualidade dos actores e dos projectos apresentados. E este aspecto implica, necessariamente, uma abertura à sociedade com uma consequente chamada de todos quantos são úteis ao processo de mudança.
É difícil, obviamente que sim, uma vez que a sociedade está refém de muitas situações devido a 34 anos de poder tentacular de um partido. Mais, está condicionada por outros grandes poderes que, subtilmente, mandam carregar a cruz. É difícil, eu sei, mas valerá a pena. Apenas precisamos de bom senso.
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário