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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

UMA INSUSTENTÁVEL PERSEGUIÇÃO NUNCA VISTA

Há muita história mal contada. Tal como em outros momentos, quando pedem provas aos críticos, assobiam para o lado, do jeito: não sei, mas que ele está envolvido está! Ora bolas...
Já não tenho idade para cair em ingenuidades. Ou melhor, deixo-me ir naquelas que me dão algum prazer na vida porque nem tudo deve ser levado muito a sério. Por isso, tento parar, escutar, analisar e, só por fim, posicionar-me. Na política, então, por uma questão de princípio, não deixo que as vestes partidárias violem a minha consciência.
E tudo isto a propósito do que tenho vindo a presenciar relativamente ao comportamento político, social, ético e moral do Primeiro-Ministro José Sócrates. É inaceitável o que desde há muito, através das manobras do bas-fond político, dos interesses e apetites pelo poder, lhe movem no sentido do seu afastamento. A perseguição é total e por todos os meios. E digo isto porque, mesmo considerando que a Justiça funciona menos bem no nosso País, quando o Senhor Procurador Geral da República não encontra, nas tais escutas, matéria relevante para o incriminar, sou levado a acreditar que só a alguns interessa continuar a esgravatar. Quando um Homem político, com as responsabilidades de primeiro-ministro, pressionado a todo o momento pela oposição e por muitos comentadores, surge, à hora dos telejornais e comunica ao País que nunca teve, não tem e não terá objectivos de controlo da comunicação social e que o que lhe estão a fazer constitui claríssimos ataques de carácter, sou levado, na compaginação das decisões dos Tribunais, a concordar com aquilo que ontem à noite transmitiu ao País, e a admitir que, de facto, muitos interesses políticos se movem no sentido do seu derrube político.
Aliás, quem está atento sabe que Portugal vive hoje numa total liberdade informativa e comunicativa e que não existem condicionamentos. Basta ver e ler tudo o que é publicado em jornais, revistas e pela própria televisão. Esta "face oculta", penso que não tem pernas para andar. Aliás, as últimas sondagens de opinião continuam a dar ao PS e ao Engº José Sócrates uma larga vantagem no sentido de voto. Percorro a imprensa internacional e não vejo ninguém preocupado com a "face oculta", pelo que, tratando-se, fundamentalmente, de uma questão política pela conquista do poder, eu diria que a oposição se organize e dispute o poder, com propostas, com seriedade e não através de processos que de todo não são legítimos. E já que se fala de comunicação social, que tal um olhar para o que se passa na Região da Madeira, sobretudo com o JM?
O País não segue um bom caminho. Temo que esta situação descambe. Torna-se necessária muita serenidade e bom senso para que Portugal consiga superar as dificuldades, recuperar no plano económico, prestigiar as instituições, gerar confiança e equilibrar as contas públicas. Essa deverá constituir uma tarefa de todos os portugueses, com propostas consistentes e não através de fait-divers que apenas servem para distrair as pessoas do que é mais importante. Tudo isto cansa e já cheira muito mal!
Mas atenção, darei a mão à palmatória se as minhas leituras de processo, as minhas convicções não forem correctas. Significará, certamente, que fui ingénuo.

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Admiro a sensatez desta sua intervenção e parece-me que a situação económica do país desaconselha a queda deste Governo.
Claro que o probela reside, como refere, na questão política.
Mas é bom lembrar que, por razões políticas, melhor dizendo, por razões de Estado, que um ministro de Cavaco Silva (não me recorda o nome) foi demitido por contar uma anedora de péssimo gosto; Miguel Cadilhe foi demitido por declarar ao fisco um valor mais baixo de uma propriedade que adquiriu; António Vitorino foi demitido por razões semelhantes e o ministro da Economia de apelido Pinho foi demitido por ter feito um gesto deselegante na AR.
Nenhum deles esteve, por tais actos, a contas com a justiça.

José Socrates tem azar a mais. A sua carreira política, desde há muito, que vem sendo ensombrada por demasiadas trapalhadas, cujas explicações deixam imenso a desejar. Ao pé destas trapalhadas, as dos ministros que referi, não passam de meros pecados veniais.
Para terminar, culpado ou não das ditas trapalhadas, como Primeiro ministro, não me parece que tenha sido muito brilhante. Revelou-se arrogante, teimoso e demasiado preocupado com a sua imagem. Acho que poderia ter feito muito melhor.

Fernando Vouga disse...

Corrigenda

No meu comentário, onde refiro que António Vitorino "foi demitido", queria dizer " demitiu-se".
Peço desculpa pelo lapso.

Anónimo disse...

face oculta - financiamento partidário.

simples.