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sábado, 13 de fevereiro de 2010

ESTAMOS METIDOS NUM SARILHO

O grande sarilho é a negociação de toda a dívida contraída, os respectivos prazos sem desconfortos para uma populção sem recursos.
Aquilo que deveria ter sido realizado com serenidade, com bom senso, escolhendo o momento próprio, através de uma negociação entre três governos (República, Açores e Madeira) distante de qualquer azedume politicamente armado, aquilo que deveria ter sido concretizado através de um permanetente contacto, ministério a ministério, com a responsabilidade política que a situação requeria, acabou, como sempre, numa gravíssima luta de palavras sem sentido com consequências que não são, ainda, de todo perceptíveis. Como ainda hoje escreveu o meu Amigo Dr. Maximiano Martins no DN:
"(...) Estamos metidos num sarilho. Todos. E é neste exacto momento que os partidos madeirenses entendem levar à Assembleia da República a revisão da Lei das Finanças Regionais. Não é difícil imaginar o que cada português, em Trás os Montes, nas Beiras, no Alentejo, pensará sobre a oportunidade da iniciativa da Assembleia Legislativa da Madeira. Tenho a opinião de que por alguns ganhos de causa que se tenha (alguns, poucos, milhões que nada alteram à situação económica da Madeira) os custos de imagem das autonomias são elevadíssimos. Leia-se a imprensa económica e veja-se a opinião publicada de analistas independentes e sérios. A prazo sentir-se-ão os efeitos. Pagaremos todos. Enfim, sarilhos...".
De facto são uns milhões que não resolvem nada. A ferida que está aberta e que sangra por todos os lados, precisa de uma outra visão do problema. É que a Lei das Finanças Regionais, como aqui já salientei, nada vem resolver. O problema situa-se num patamar político muito superior, isto é, o que está verdadeiramente em causa é uma negociação para avaliar e definir como é que a Região e em que prazos poderá solucionar o problema da sua dívida pública, sem que daí advenha graves desconfortos para a população, ela que apresenta sinais de grande debilidade económica, financeira, social e cultural. O problema está aí, está na cifra de mais de cinco mil milhões às costas e não nesses escassos 50 milhões que nem dão para pagar a dívida aos fornecedores do sistema regional de saúde. Este é o grande sarilho que temos pela frente e que urge começar a pensar.

4 comentários:

Atento disse...

Pois, mas são os socialistas os causadores desta situação, com a desinformação que lançaram.
Não vi mais nenhum partido ter essa atitude de total demagogia sobre o processo.
É interessante serem os promotores da informação negativa virem agora alertar para as suas possíveis consequências.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Permitir-me-á que com toda a sinceridade e respeito pela opinião lhe diga que não está a analisar bem todo o processo. Se alguém, ao longo de todos estes anos, alertou para os caminhos errados que, globalmente, não eram os melhores foi o Partido Socialista. Tanto assim é que, em 2007, o PS foi vítima da propaganda bem montada e de dezanove deputados na legislatura anterior passou para sete! Aliás, o PS sempre foi o alvo dos alertas lançados.
Mas quero que saiba que nada disto me alegra. Pelo contrário, porque aqui nasci, quero o melhor para os meus conterrâneos. Só que esta via política chegou ao fim, tal como venho a dizer: "tudo tem o seu tempo..."

Atento disse...

Se o País estava "contra" a LFR foi porque o PS lhe fez crer o contrário da realidade. Que a lei era injusta, que a Madeira é rica, etc.
E, depois de votada, foi outra vez o PS que lançou portugueses contra protugueses passando a ideia que a Madeira recebia indevidamente e vivia à custa dos continentais.
Se há custos para a imagem da Madeira, essa imagem é a imagem desenhada pelo PS.
E, ainda por cima, falsa, demagógica e mentirosa.
E, no barulho criado, ignoraram (novamente e) por completo o PS regional.
Ou seja, devem ter dito "perdida a Madeira, que se lixem os socialistas de lá, vamos apertar os gajos.Porreiro pá".

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu novo comentário.
Há um aspecto muito importante a ter sempre presente: apesar das convicções partidárias de fundo (neste caso estão muito para além da famigerada LFR) julgo que devemos assumir uma preocupação de análise distante e fundamentada. Quando nos deixamos envolver pela filiação ou proximidade ideológica e partidária, tornamo-nos reféns das situações. Eu pelo menos tento que a a minha filiação partidária não turve as minhas análises. De resto, não retiro uma vírgula ao que tenho vindo a escrever sobre esta matéria. Até porque não gosto de vender gato por lebre, tampouco render-me àquilo que me parece errado. Foi assim com a Senhora Ministra da Educação Drª Lurdes Rodrigues e será assim com todas as outras situações.