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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

URGE REFUNDAR A ESCOLA DA REPÚBLICA

Os planos de estudo e os programas disciplinares clamam por coerência científica...
Muitas vezes fico com a sensação que não vale a pena, porque ninguém ouve, porque continuam a fazer de conta, continuam a assobiar para o lado, a manter uma estrutura política ultrapassada como provam os resultados apurados. Mas também é verdade que há muita gente, muitos investigadores, muitos livres-pensadores que vão trazendo a público posições que nos trazem um certo conforto em função do que, humildemente, vimos defendendo em função das convicções que nos animam. Li, na edição do PÚBLICO, de 03 de Fevereiro de 2010, um artigo do Professor Doutor Santana Castilho, Coordenador da Escola Superior de Educação de Santarém. Agradou-me o que li e aqui deixo um excerto desse artigo que se coaduna com a necessidade que defendo de reinvenção do sistema educativo. A começar pela Madeira enquanto Região Autónoma.
"(...) No que toca à escola, as intervenções são muitas e avassaladoras. O Ministério da Educação (por compaginação e semelhança, digo eu, a Secretaria Regional da Educação e Cultura da Madeira) carece de uma desinfecção que varra a ortodoxia pedagógica e o centralismo burocrático que o dominam. A sua estrutura orgânica, no que importa, intacta há trinta anos, deve orientar-se para uma verdadeira autonomia das escolas e ser posta ao serviço do controlo da qualidade, da supervisão do sistema e da concepção das políticas educacionais. As direcções regionais são um bom exemplo de excrescências administrativas a extinguir.
Os planos de estudo e os programas disciplinares clamam por coerência científica e por harmonia com realidades que lhes são externas mas que têm, obrigatoriamente, que os condicionar. Os jovens não podem continuar a ser sequestrados nas salas de aula de manhã à noite. A escola não pode tratar de tudo. É preciso fazer escolhas. Definir prioridades para cada ciclo de estudos e ser exigente em todos. A "escola inclusiva" e a "escola a tempo inteiro" tal como tem vindo a ser postas em prática, a "área de projecto", o "estudo acompanhado" e outras epígrafes pedagógicas diletantes são, também, bons exemplos de tumores a extinguir".
É evidente que há uma crise de autoridade na escola. Quando a estudamos, são esmagadoras duas evidências responsáveis: do ponto de vista interno, as políticas impostas, que desprezam a solução dos problemas e se orientam para a manipulação fraudulenta dos resultados; do ponto de vista externo, a crescente demissão dos pais para imporem disciplina aos seus filhos (...)"
Ilustração: Google Imagens.

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