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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"COLOSSAL" ROUBO ATRAVÉS DE UMA "ENORME" CARGA FISCAL


Não vejo no horizonte sinais de alguma esperança. Ainda ontem assisti aos discursos da maioria parlamentar (PSD/CDS) na Assembleia da República, totalmente contrários à realidade, em alguns momentos, até, eivados de uma hipocrisia extrema, cinicamente construídos como se este calvário tivesse um fim à vista, como se o exemplo dos indicadores económicos, financeiros e sociais relativamente a 2012 favorecessem a continuidade de uma austeridade sem freio. Escutei citações e excitações desprovidas de sentido face ao quadro negro que os portugueses têm pela frente. Naquelas bancadas da maioria, sempre que o realizador por elas passava, vi deputados das filas "secundárias" acabrunhados, talvez pelas muitas dúvidas em relação ao que escutavam dos seus pares da frente do combate político. Será assim? Não sei. A verdade é que existindo legitimidade política na sequência das últimas eleições legislativas, na prática, essa legitimidade está ferida de morte, porque o povo, pura e simplesmente, a rejeita. Esta maioria (PSD/CDS) está a confundir maioria absoluta com poder absoluto e o povo já disso se apercebeu.
 
 
Tenho a sensação que tudo isto acaba mal. A maioria parlamentar (PSD/CDS) na Assembleia da República está a negligenciar a força de uma maioria que a contesta na rua. Aquilo a que se assiste já não é obra apenas da mobilização dos sindicatos, vai muito mais longe, atravessa transversalmente toda a sociedade, jovens e menos jovens, trabalhadores e desempregados, entidades patronais, profissões liberais e funcionários públicos, activos e aposentados, enfim, há um grande desassossego na sociedade, instabilidade e muita desconfiança. Quando isto acontece, quando a maioria parlamentar não corresponde ao sentimento genérico da sociedade, é evidente que se deixa de falar de quanto tempo falta para o final da legislatura, mas de a quantos dias estamos de uma intervenção que devolva aos portugueses a possibilidade de escolha de um outro caminho. E quando digo que isto acaba mal é pelo sentimento que tenho que o elástico está no seu limite, apresenta já rupturas graves, o que equivale dizer que o desespero das pessoas, das famílias, dos desempregados, o sofrimento em que muitos se encontram pode descambar em situações muito pouco agradáveis. Há dias, lamentavelmente, no decorrer de uma manifestação, li um cartaz que falava de "sangue". Isso atormenta-me e deveria preocupar muita gente que parece que ainda não tomou consciência da gravidade da situação. Ela é explosiva, pelos testemunhos que vamos escutando e pelas projecções que os analistas económicos fazem de um constrangimento que durará muitos anos. 
Não vejo no horizonte sinais de alguma esperança. Ainda ontem assisti aos discursos da maioria parlamentar (PSD/CDS) na Assembleia da República, totalmente contrários à realidade, em alguns momentos, até, eivados de uma hipocrisia extrema, cinicamente construídos como se este calvário tivesse um fim à vista, como se o exemplo dos indicadores económicos, financeiros e sociais relativamente a 2012 favorecessem a continuidade de uma austeridade sem freio. Escutei citações e excitações desprovidas de sentido face ao quadro negro que os portugueses têm pela frente. Naquelas bancadas da maioria, sempre que o realizador por elas passava, vi deputados das filas "secundárias" acabrunhados, talvez pelas muitas dúvidas em relação ao que escutavam dos seus pares da frente do combate político. Será assim? Não sei. A verdade é que existindo legitimidade política na sequência das últimas eleições legislativas, na prática, essa legitimidade está ferida de morte, porque o povo, pura e simplesmente, a rejeita. Esta maioria (PSD/CDS) está a confundir maioria absoluta com poder absoluto e o povo já disso se apercebeu.
A questão agora é a de saber se há outro caminho. Eu parto do princípio que, em democracia, há sempre um outro caminho. Tem é de ser mostrado e demonstrado ao povo. Povo que está cansado dos erros, da prepotência, da práxis governativa que não corresponde à promessa eleitoral, está cansado de ser roubado, espoliado nos seus direitos básicos e universais. Este Orçamento de Estado contém nas suas linhas gerais um COLOSSAL ROUBO, uma ENORME CARGA FISCAL absolutamente disparatada em relação às possibilidades da média dos cidadãos. O que se apresenta não visa a recuperação do país, mas o empobrecimento acelerado do país, um regresso aos anos 30, 40, 50 e 60 do século passado, à emigração forçada e à fome junto dos que menos rendimento dispõem. Neste quadro uma alternativa impõe-se, rápida, antes que tarde seja, mas sustentável e credível. Penso que a generalidade dos portugueses anseiam por isso, que alguém lhes venha dizer que muitos sacrifícios terão de ser feitos, mas não através de um percurso de esmagamento quase definitivo da esperança. 
Ilustração: Google Imagens.
NOTA
Em entrevista à LUSA, o "capitão de Abril" Vasco Lourenço considera que uma guerra na Europa é inevitável. Acusa o Governo de Portugal de estar a empobrecer o país de forma "intencional" e ao serviço do capital financeiro internacional, o que classifica de "criminoso". Mostra-se ainda convicto de que o empobrecimento do país é intencional, fruto de uma ideologia neoliberal que quer "empobrecer o povo, provocar desemprego, criar a situação de terra queimada para a seguir tentar plantar de novo começando quase do zero". A prossecução desta política vai gerar situações "absolutamente degradantes", como o aumento dos suicídios, da emigração e a destruição do país. "Por isso, não os considero absolutamente nada patrióticos. Estarão ao serviço do capital financeiro internacional. Ao serviço do nosso país eu penso que não estão". Na lógica do destruir para plantar de novo, o responsável não tem dúvidas de que os novos "agricultores" seriam empresas estrangeiras, uma vez que já se está "a vender ao desbarato e a retalho o país". Portugal está mais perto da ditadura do que da democracia. O "ditador" é, na opinião de Vasco Lourenço, o "capital financeiro que está cego pelo lucro intensivo e imediato e não vê que está a matar a sua própria galinha dos ovos de ouro". Mas alerta que "vem aí a revolta dos escravos" e que por este andar haverá violência.

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