Sem pudor, sem respeito por aqueles que pouco ou nada têm, a ordem vai no sentido de aproveitar o momento, privatizando tudo, na óptica de Francisco van Zeller (ex-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa), até partes significativas da Segurança Social, a ordem é, por isso, a de conceder espaço à ganância mesmo que isso signifique empobrecimento geral dos demais. A uma só voz, toda a corte grita eufórica, espezinhando tudo. Ainda ontem, Fernando Ulrich, outro da corte, que falava na conferência III Fórum Fiscalidade Orçamento do Estado 2013, perguntou, retoricamente, se o país aguenta mais austeridade e a resposta foi "ai aguenta, aguenta!". Que vergonha, que falta de seriedade, que ausência de bom senso e de reflexão sobre a realidade das famílias e das empresas portuguesas. Que ausência de sentimento por milhões que passam mal, muito mal, e muitos milhares que, diariamente, são atirados contra a rocha neste arrastão governativo. Que falta de sensibilidade e que gente desprezível nós temos de aturar, desde o governo aos seus satélites porta-vozes da mensagem que interessa passar!
Um vazio de ideias que custará caro aos portugueses! |
Não joguem com as palavras, quando o que está em jogo é rasgar a Constituição da República, substituir os seus princípios orientadores ao gosto de uma direira política tendencialmente radical. Já não basta a agressividade que demonstram sobre os mais fracos, impondo-lhes o caminho da pobreza e da miséria através de uma "enorme" carga fiscal e de um desprezível corte nos direitos sociais, agora, lançam-se, eufemisticamente, na "reforma profunda do Estado". Não dizem acabar com o estado social, falam, subtilmente, docemente, na reforma do Estado. Não têm a coragem e a frontalidade para dizer, abertamente, o que querem e ao que vão, mas vão construindo, pedra a pedra o seu edifício, desmantelando tudo o que encontram pelo caminho. É por isso que há que rasgar a Constituição da República, subvertê-la, aniquilá-la e colocá-la ao serviço dos grandes interesses dos grupos financeiros que se movem nesta desastrada União Europeia. Sem pudor, sem respeito por aqueles que pouco ou nada têm, a ordem vai no sentido de aproveitar o momento, privatizando tudo, na óptica de Francisco van Zeller (ex-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa), até partes significativas da Segurança Social, a ordem é, por isso, a de conceder espaço à ganância mesmo que isso signifique empobrecimento geral dos demais. A uma só voz, toda a corte grita eufórica, espezinhando tudo. Ainda ontem, Fernando Ulrich, outro da corte, que falava na conferência III Fórum Fiscalidade Orçamento do Estado 2013, perguntou, retoricamente, se o país aguenta mais austeridade e a resposta foi "ai aguenta, aguenta!". Que vergonha, que falta de seriedade, que ausência de bom senso e de reflexão sobre a realidade das famílias e das empresas portuguesas. Que ausência de sentimento por milhões que passam mal, muito mal, e muitos milhares que, diariamente, são atirados contra a rocha neste arrastão governativo. Que falta de sensibilidade e que gente desprezível nós temos de aturar, desde o governo aos seus satélites porta-vozes da mensagem que interessa passar!
E ontem, Vítor Gaspar, no debate do Orçamento de Estado, não gostou que um deputado tivesse falado de atitudes "salazarentas", interpretando a designação como uma ofensa, mas, pergunto, de que estava à espera? Na prática, com aquele olhar manso e aquela voz pausada, parecendo que não consegue matar uma simples mosca, todos os dias mais se assemelha àquele utensílio de cozinha que tudo rapa, o "salazar", como ficou conhecido depois de 48 anos anos de roubo e degradação social. E de mansinho, pé ante pé, Pedro Passos Coelho, que mais se assemelha a um cobrador de impostos, ao discutir o Orçamento de Estado para 2013, já trouxe na manga o próximo Orçamento Rectificativo, anunciando a expectável necessidade de uma receita de quatro mil milhões até 2014, o que significará, certamente, uma nova onda de austeridade, com cortes não só nos salários dos funcionários públicos, mas também nos encargos sociais.
Ora, um pouco por tudo isto, escrito ao correr do pensamento, politicamente, esta gente não presta. Estamos a ser governados por autênticos cangalheiros do Estado Social, por pessoas tipo "bulldozer" que tudo esmagam. E, depois, temos os megafones do poder, umas vezes António Borges, ontem, Francisco van Zeller e Fernando Ulrich, dois homens, curiosamente, com ascendentes familiares alemães. Ulrich, politicamente, até foi chefe de gabinete do ministro das Finanças e do Plano, Morais Leitão (CDS), durante a vigência da Aliança Democrática. Pequenas coisas que podem explicam posicionamentos!
Mas tudo isto é consequência de uma União Europeia que perdeu o rumo em todos os sectores e áreas que determinaram a sua criação. Dir-se-á que funciona! Porém, por este caminho, não terá futuro. Ainda ontem, em Almada, Durão Barroso foi assobiado e um pouco por toda a Europa cresce a desconfiança e o combate às suas políticas, o que equivale dizer ao desnorte que apresenta.
Ilustração: Google Imagens.
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