"Um mar de dinheiro que vai fazer com que alguns dirigentes das instituições brilhem e se apresentem como salvadores dos pobrezinhos. Tudo isto é inadmissível e este dinheiro devia servir para criar emprego, porque melhor do que dar o peixe já cozinhado, o Estado deve promover a justiça e os meios eficazes que ocupem as pessoas para ganharem o seu sustento com dignidade e não de mão estendida à espera da caridade alheia."
O Padre José Luis Rodrigues assina hoje um artigo no DN-Madeira que merece uma leitura atenta. Em causa está a dignidade e o respeito pelas pessoas. Desse texto retiram-se muitas ilacções. Bastará lê-lo linha a linha com atenção e profundidade. Aqui fica um excerto:
"(...) Grave, muito grave é termos uma série de gente com altas responsabilidades públicas que vão dizendo o que se tem ouvido, às vezes roçando o insulto e a falta de respeito pelos cidadãos. Elas são altas máximas que têm animado a comunicação social e em especial as redes sociais: «temos que empobrecer»; «ainda vamos ter mais desemprego»; «vivemos acima das nossas possibilidades»; «temos pobreza mas não temos miséria»; «não podemos comer bifes todos os dias» (…), são estes alguns dos mimos que vão circulando na praça e que pretendem convencer-nos que o caminho é este e que os responsáveis por este caminho tomam-no como um desígnio, uma missão para nos tirar da «infelicidade» que é ter o necessário para viver com dignidade. Inaceitável. Insultuoso e totalmente contrário ao que devemos pretender. Por isso, tenho dito e volto a dizer com firme convicção que há caridade que é insultuosa para os pobres. Se houvesse justiça não precisávamos da caridade de ninguém e isto sim seria uma coisa muito boa. (...)"
Ilustração: Google Imagens.
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