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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AINDA NÃO PERCEBERAM QUE NÃO HÁ DINHEIRO!


Na sequência desta novela, onde o governo anda com as calças na mão e os clubes com o credo na boca, o grupo parlamentar do PSD-M, insiste no erro, ao apresentar na Assembleia, com discussão lá para o dia 06 de Fevereiro, de um documento a remeter ao Tribunal Constitucional sobre a Portaria Nacional que, no essencial, coloca o governo da República fora da responsabilidade pelo pagamento das deslocações dos atletas madeirenses às provas nacionais. E insiste no erro, por dois motivos essenciais: primeiro, já aqui o disse, a Região recebe cerca de 200 milhões anuais no âmbito dos custos de insularidade. Penso que é desse bolo que a Região terá de retirar a fatia necessária ao financiamento das ligações aéreas. Independentemente deste aspecto, repito, o que está em causa é uma nova arquitectura do sistema desportivo. No fundo, a redefinição e articulada compaginação do sistema educativo com o sistema desportivo. E sobre esta matéria há muito texto publicado e inúmeras propostas que jazem nos arquivos da Assembleia, todas com o selo de chumbo por parte do PSD-M.


Às voltas com um problema no meu computador, cruzei-me ontem com o meu Amigo Maurílio Caires (MCI - computadores) com quem mantive um diálogo, de resto, sempre interessante. A páginas tantas, perguntei-lhe: então, como vai o seu Cruzado Canicence? Resposta pronta: está lá. E mais adiante... "sabe, as pessoas ainda não perceberam que não há dinheiro". Em concreto, não se referia aos associados do seu clube, mas à situação do desporto regional e particularmente do futebol, envolvido que anda em situações de dívidas acumuladas, de contratos-programa assumidos e não liquidados, de incapacidade para suportar encargos, simplesmente porque a torneira do financiamento funciona a conta-gotas. Quando funciona! E apesar dessa situação pública e notória, razão tem Maurílio Caires quando sublinha aquilo que me disse, que há pessoas que ainda não perceberam que não há dinheiro. Trata-se de uma posição esclarecida, ele que é empresário, que certamente conhece a angústia de ser empresário, de um mercado que não funciona ou funciona com muitas dificuldades, que domina os números do desemprego, que sabe o que é pagar salários, a segurança social, o IVA e por aí fora, com facturas pregadas no tecto por dificuldades na cobrança, ele que domina tudo isso, é evidente que acaba por ter uma leitura esclarecida das prioridades. Só que as pessoas não entendem ou fazem o possível por não conjugar todas as variáveis da situação, e daí insistirem numa situação que só pode conduzir ao agravamento da mesma.
Ora, quando por aí se fala da nova Portaria (regional) balizadora do financiamento público, há quem pense que o que está escrito será cumprido. Uma coisa é a Portaria outra é haver dinheiro para pagar. Tal como aconteceu com os contratos-programa. Assinaram-nos, mas simplesmente não pagam, porque não há dinheiro. Porque há outras prioridades muito mais importantes por solucionar do que a competição desportiva assente nos moldes que gerou este monstro financeiro que ninguém consegue domar. E o empresário Maurílio Caires viu, à distância, este problema, daí que tivesse, por duas vezes, prescindido que o seu clube acedesse às competições nacionais. Foi uma atitude inteligente, sublinho. Por isso tem moral para falar e, de certa forma, esta é a imagem que retenho, assumir que o "rei vai nu". 
Na sequência desta novela, onde o governo anda com as calças na mão e os clubes com o credo na boca, o grupo parlamentar do PSD-M, insiste no erro, ao apresentar na Assembleia, com discussão lá para o dia 06 de Fevereiro, de um documento a remeter ao Tribunal Constitucional sobre a Portaria Nacional que, no essencial, coloca o governo da República fora da responsabilidade pelo pagamento das deslocações dos atletas madeirenses às provas nacionais. E insiste no erro, por dois motivos essenciais: primeiro, já aqui o disse, a Região recebe cerca de 200 milhões anuais no âmbito dos custos de insularidade. Penso que é desse bolo que a Região terá de retirar a fatia necessária ao financiamento das ligações aéreas. Independentemente deste aspecto, repito, o que está em causa é uma nova arquitectura do sistema desportivo. No fundo, a redefinição e articulada compaginação do sistema educativo com o sistema desportivo. E sobre esta matéria há muito texto publicado e inúmeras propostas que jazem nos arquivos da Assembleia, todas com o selo de chumbo por parte do PSD-M.
A posição do PSD-M é, portanto, a de quem continua, tal como o presidente do governo afirmou, a querer empurrar os problemas com a barriga. Estou certo que a posição do Tribunal Constitucional será negativa, simplesmente porque a Madeira já dispõe de 200 milhões onde cabem tais encargos. Compete ao governo, das duas uma: ou retira uma fatiazinha para manter a loucura; ou redefine as bases de uma prática desportiva tendo em consideração que somos uma região assimétrica, pobre e dependente. Façam o favor de escolher.
Ilustração: Google Imagens.

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