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sábado, 28 de junho de 2014

A HISTÓRIA DOS OITO MIL MILHÕES É MESMO PARA ENTRETER


E lá foi Jardim a Lisboa, com o seu séquito, apresentar 13 volumes e, dizem, 10.000 páginas de blá, blá sobre as contas da Região desde o Século XV ao Século XX. Foi na Casa da Madeira, local de triste história onde nada acontece. E custou uma pipa de massa! Logo ali em um espaço que prova o despesismo. Mas, enfim, isso são trocos perante as loucuras megalómanas de um político que desde 1978 anda a vender ilusões. No essencial foi a Lisboa, carregado de livros, para, ao fim e ao cabo, descontando outras dívidas, dizer aos jornalistas que o "Contenente" deve à Madeira oito mil milhões pelas despesas de Educação e de Saúde. O paleio do costume. Regionalizaram, não acutelaram fosse o que fosse, não preveniram responsabilidades constitucionais divididas e, agora, de cofre completamente vazio, tendo à perna uma infindável lista de credores, o homem tenta demonstrar que,  feitas as continhas de merceeiro, ainda fica com um saldo favorável de dois mil milhões! Espantoso.

O Carnaval é sempre que o político quiser

Por lá devem rir-se à gargalhada. Poderia ir ao Presidente da República e entregar os volumes. Poderia arranjar uma outra colecção e, pessoalmente, entregá-la ao primeiro-ministro Passos Coelho. Poderia, face às suas teses, aproveitar o momento para fazer uma dramatização mais consistente, mas não, refugiou-se na Casa da Madeira, instituição falida nos seus objectivos, e, a solo, dizer ao país que ele é um santo e os outros uns demónios! Aliás, como sempre fez. 
Confrontar posições e negociar não é com ele. Ele tem um jeito próprio para estas coisas, quando atira as pedras e se esconde. Na sua própria terra onde tem maioria no parlamento, o mesmo se passa, quando é incapaz de levantar o dito da cadeira e, uma vez por mês, deslocar-se ao parlamento para prestar contas àqueles de quem depende. Não me espanta nada que não faça uma tournée pelo país com os volumes que ninguém vai ler, mas para dizer que os malvados estão a dar cabo da Madeira. Não ele e a sua troupe, mas os outros, os do "Contenente" que esfolam o povo da Região. Criou a dívida, os madeirenses estão a pagar uma dupla austeridade (o Porto Santo, uma tripla austeridade), gerou pobreza, desemprego e fragilidades empresariais e agora a culpa é dos outros. Coisa que não tem nada de novo. Até dentro do seu governo, há tempos, ao dizer que não sabia nada de contas, colocou o secretário das Finanças completamente entalado como único responsável. Perguntem-lhe!
Fico por aqui, no entanto deixando uma breve declaração do Doutor Nelson Veríssimo, deixada na minha página de facebook, sobre esta edição de 10.000 páginas: "Lamento essa investigação histórica ao serviço do encomendante. E sobre o assunto poderia tecer muitas considerações sobre a manipulação da História e o sujo papel de alguns ditos historiadores". Respondi: "Caríssimo Amigo Dr. Nelson Veríssimo, o Senhor, como vários, tem pago o facto de não ter uma coluna de plasticina. Outros, pelo que vou assistindo, montando, pacientemente, as peças soltas que vamos conhecendo, vergam-se, deturpam a História e vendem-se. Ficarão, certamente, conhecidos, no caso em apreço, como "historiadores do regime". Mas que o sejam, não me apoquenta, até porque a verdadeira História não lhes reconhecerá o trabalhinho. Preocupado fico, isso sim, com a artimanha política para justificar quase quatro décadas de erros estratégicos que nos conduziram a uma dupla e penosa austeridade".
Por mim está tudo dito.
Ilustração: Google Imagens.

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