PERDOAI-LHES, SENHOR...

A peça jornalística inserta na edição de hoje do DN-Madeira, sobre um polivalente desportivo no Porto da Cruz, é a melhor prova da desorientação dos poderes públicos. Neste caso, no essencial, trata-se de um espaço construído há três anos, junto à escola, e que permanece encerrado por alegados desentendimentos entre a Sociedade Metropolitana de Desenvolvimento e a Secretaria Regional de Educação. Mais grave, ainda, é o facto de ali perto, a Secretaria do Equipamento Social ter contruído um outro pavilhão utilizado pela escola.

Não discuto, em termos de necessidade, a existência de espaços congéneres na mesma zona. Isso interessaria conhecer os estudos prévios que levaram a tal decisão. Se os houve não sei e, por isso, abstenho-me de comentar. Parto do princípio, pela proximidade de uma escola, que a iniciativa teve justificação. O que já não é minimamente entendível é que se construa com o recurso a verbas públicas para, depois, lamentavelmente, não ser utilizado e maximizado. Este aspecto, do meu ponto de vista é, politicamente, imperdoável e demonstrativo de dois aspectos: primeiro, a existência de capelas na administração e gestão da coisa pública e clara ausência de sensata comunicação institucional; depois, mais grave, trata-se de uma questão de política desportiva, quando menosprezam os jovens da escola, naquelas idades onde a sementeira de um desporto ao serviço da cultura e do desenvolvimento é fundamental. Esta situação demonstra, claramente, que o desporto nesta Região está ao serviço da política, pois mais vale um resultado técnico de primeira página do que umas centenas de jovens em uma prática para a vida. Entendam-se, por favor!