O povo, certamente, que lhe dispensa o "pagamento" da dívida que ele diz ter para com o País. Dispensa-lhe qualquer preocupação de retorno, mas que não o chateie mais.
O Ministro das Finanças, questionado sobre uma eventual remodelação no governo, disse, não por estas palavras, que estava a oferecer o seu melhor ao País, pela enorme dívida que tem em função do que o País nele investiu no que concerne à sua formação académica. Do meu ponto de vista não lhe ficou bem dizer o que disse, uma vez que corresponde a um auto-elogio, colocando-se em um patamar de indiscutível conhecimento que, por extensão, conduz ao significado que todos os outros são incapazes. Ora, o povo, certamente, pelo que está a passar, dispensa tal "pagamento" da suposta dívida que ele diz ter para com o País. Dispensa-lhe qualquer preocupação de retorno, mas que não o chateie mais.
Aliás, torna-se muito difícil compreendê-lo na sua persistência, na sua teimosia, quando está um povo inteiro a caminho do desastre. Não se percebe a rigidez do seu processo, quando tantos economistas, editores de economia da generalidade da comunicação social, especialistas, ex-governantes que foram ministros das Finanças, todos ou quase todos sublinham a monstruosidade que vem a caminho. Repito, não só os que desempenham a função de jornalistas e de comentadores, mas também políticos dos partidos da coligação. Disse, esta manhã, a Drª Manuela Ferreira Leite: "Este orçamento não tem execução possível, e os objectivos não vão ser
conseguidos".
Aqui ficam os títulos dos principais jornais de hoje:
"Salários, Reformas e Saúde pagam a crise" - Correio da Manhã.
"Mãos ao Ar" - 81% de Impostos - Jornal de Notícias.
"Orçamento de Gaspar agrava tensões no governo" - Diário de Notícias.
"Não Mata, mas moe" - Negócios.
"Trabalhadores e Pensionistas vão pagar 70% do défice" - Público.
"Bomba continua armada" - 1º de Janeiro.
"Passos e Gaspar não cedem a Portas e a ministros do PSD" - Jornal I
Ilustração: Google Imagens.
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