E disse mais o antigo ministro das Finanças (Bagão Félix), uma espécie de porta-voz do CDS para os assuntos que Paulo Portas, por razões óbvias, não pode dizer: em Portugal pagam-se impostos "porque se ganha, porque se poupa, porque se investe, porque se habita, porque se casa e até porque se morre", concluindo que esta situação "é impossível" e "insustentável para a economia porque a economia vive dos recursos disponíveis e estes são fundamentais para o investimento". Bom, pelos vistos só o primeiro-ministro e o ministro das Finanças é que não aceitam que se designe por ROUBO o que estão a fazer aos portugueses. E ao contrário do que disse o Senhor Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, é com manifestações que os erros podem ser corrigidos. Que pobre gente esta que evidencia tanta insensibilidade social! Senhor Primeiro-Ministro, com todas as letras, o que se está a passar é um ROUBO descarado, próprio de carteiristas e não de governantes. Registei, ontem, algumas desesperadas declarações de pessoas que foram ouvidas na rua: “já não se vive, vegeta-se”, (…) “já não tenho interesse em viver” (…), “não fui eu que contraí essas dívidas” (…), “sinto-me revoltada, com raiva”. Expressões estas que pode o governo colocar na boca de dez milhões de portugueses.
Dizia-me pessoa amiga que seguir o Telejornal das 20 horas cria uma bola do estômago! Respondi-lhe: imagime estar a jantar, frugalmente, à frente do televisor... é um desespero. A bola aumenta, só em pensar quantos àquela hora nem para comer têm. Na verdade não há dia que não seja pior que o anterior. A conta-gotas, com avanços e recuos, de forma experimental, vão saindo as "novidades" consubstanciadas em mais impostos, em mais um passo para o "colossal" ROUBO aos portugueses. Não é "ENORME", é "COLOSSAL". E o Primeiro-Ministro ficou todo enxofrado na Assembleia da República pelo facto do Partido Comunista falar em ROUBO aos portugueses. Pegou com o PCP mas não disse o mesmo, por exemplo, ao Dr. Marques Mendes (PSD) que considerou "um assalto à mão armada" o que o governo está a fazer com esta brutal carga fiscal; nem relativamente ao Dr. Bagão Félix (CDS) que, entre outras declarações, assumiu que "(...) as medidas de austeridade anunciadas para o Orçamento do Estado para 2013 correspondem a um sismo fiscal de magnitude oito com efeitos destruidores sobre a economia". E disse mais o antigo ministro das Finanças, uma espécie de porta-voz do CDS para os assuntos que Paulo Portas, por razões óbvias, não pode dizer: em Portugal pagam-se impostos "porque se ganha, porque se poupa, porque se investe, porque se habita, porque se casa e até porque se morre", concluindo que esta situação "é impossível" e "insustentável para a economia porque a economia vive dos recursos disponíveis e estes são fundamentais para o investimento". Bom, pelos vistos só o primeiro-ministro e o ministro das Finanças é que não aceitam que se designe por ROUBO o que estão a fazer aos portugueses. E ao contrário do que disse o Senhor Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, é com manifestações que os erros podem ser corrigidos. Que pobre gente esta que evidencia tanta insensibilidade social! Senhor Primeiro-Ministro, com todas as letras, o que se está a passar é um ROUBO descarado, próprio de carteiristas e não de governantes.
Registei, ontem, algumas desesperadas declarações de pessoas que foram ouvidas na rua: “já não se vive, vegeta-se”, (…) “já não tenho interesse em viver” (…), “não fui eu que contraí essas dívidas” (…), “sinto-me revoltada, com raiva”. Expressões estas que pode o governo colocar na boca de dez milhões de portugueses. Aquelas e outras mais profundas e de sentida angústia. Vi uma comerciante mostrar saquinhos de moedas, de cêntimos reunidos para pagar o pão, ou o outro que tem de viver com dois euros por dia. Ora, se não estão a ROUBAR os portugueses, afinal, o que significa tudo isto? Então não é ROUBO, por exemplo, a tripla tributação que querem impor no rendimento do trabalho… 3,5 a 10% de redução no salário (agora, até, para os pensionistas e reformados), substancial agravamento do IRS e uma taxa suplementar de 4%? É ROUBO. Isto, para além do vergonhoso agravamento do IMI que se tornou numa renda ao Estado, do IVA, da redução dos benefícios sociais, onde, até por morte, reduzem quase para metade os encargos de funeral. Então não é um ROUBO aos pensionistas e reformados, rasgarem o contrato que fizeram com o Estado e surripiarem, de forma escandalosa as carteiras dos contribuintes com 40 e mais anos de contribuições?
Vem o FMI, através de Christine Lagarde, dizer que é necessário que as economias avançadas realizem um "ajuste fiscal a médio prazo crível", com "ritmo e tipo de medidas" adaptados a cada país; e vem Durão Barroso assumir que as medidas de austeridade são da responsabilidade de cada país e não da UE! Espantoso. Ambos, directa ou indirectamente, pertencem a instituições que, por força do deus mercado, impuseram as regras, pressionaram nesse sentido, estão a ver a borrada que fizeram e, agora, depois do desastre, sacodem dos seus ombros as responsabilidades que têm nestes processos. E este Primeiro-Ministro, perante declarações daquele tipo, ao invés de partir para uma renegociação, não, carrega, ainda mais sobre um povo que está a sangrar. Para além de um ROUBO é de uma insensibilidade política, cultural e social atroz. Não há volta a dar, Senhor Primeiro-Ministro, homens como o senhor (e também por aqui há vários) serão postos na rua pelo povo que sairá à rua. Não tenho a menor dúvida sobre isso.
Ilustração: Google Imagens.
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