A designada Reforma do Estado é muito mais do que uma mesa de negociação destinada a surfar sobre os problemas, por eles passando como gato sobre brasas, quase se adivinhando o que realmente desejam como produto final. A história recente dos discursos de mentira e aldrabice quando confrontados com as atitudes políticas posteriores, demonstram que da parte da maioria não existe seriedade e que não são políticos confiáveis. Dizem hoje uma coisa para logo mais aplicar outra diferente. Sobretudo o Dr. Passos Coelho é uma vedeta nesse estilo que bole com qualquer português minimamente informado. Já aqui publiquei as suas sistemáticas contradições, portanto, tem razão o líder do maior partido da oposição quando se coloca de pé atrás relativamente ao convite para integrar uma comissão cuja maioria tem uma agenda definida. Do meu ponto de vista, se Passos Coelho deseja uma "Reforma do Estado", na qualidade de primeiro-ministro não precisa, para já, dos restantes partidos, pois enquanto líder do governo, pode e deve começar a cortar, não nas pobres pessoas, mas onde o Estado é de facto gordo, onde está inchado e se impõe adequado tratamento.
Concordo com o Dr. António José Seguro quando sublinha: se o primeiro-ministro quer discutir a "Reforma do Estado", então retire da discussão os quatro mil milhões dos previstos cortes na despesa social. Em contraponto, o primeiro-ministro disse que são coisas distintas e que o PS está a encontrar um álibi para não participar na discussão. Ora, parece-me óbvio, diga o que disser o primeiro-ministro, para a tripla Passos/Portas/Gaspar o que está em causa é mesmo uma clara intenção do governo de coligação conjugar o verbo cortar nos direitos sociais. Está lá, consciencializado, que temos de "empobrecer", ainda mais, não nas tão badaladas "gorduras do Estado", mas onde a abordagem é mais fácil, isto é, na carteira dos contribuintes. Não estão satisfeitos, por exemplo, com os cortes em mais do dobro do que foi previsto pela Troika para o sector da saúde, eles querem ir mais longe, querem cortar ainda mais, querem impor uma dupla e por vezes tripla tributação esquecendo-se que a justiça fiscal deve ser feita em sede de IRS e por aí ficar. No IRS os portugueses já pagam acima das suas possibilidades. Verbos sacar e empobrecer, para não dizer roubar e extorquir, invade-lhes a cabeça com uma total falta de sensatez relativamente a um povo que sendo pobre já deu, nestes últimos anos, tudo o que tem.
A designada Reforma do Estado é muito mais do que uma mesa de negociação destinada a surfar sobre os problemas, por eles passando como gato sobre brasas, quase se adivinhando o que realmente desejam como produto final. A história recente dos discursos de mentira e aldrabice quando confrontados com as atitudes políticas posteriores, demonstram que da parte da maioria não existe seriedade e que não são políticos confiáveis. Dizem hoje uma coisa para logo mais aplicar outra diferente. Sobretudo o Dr. Passos Coelho é uma vedeta nesse estilo que bole com qualquer português minimamente informado. Já aqui publiquei as suas sistemáticas contradições, portanto, tem razão o líder do maior partido da oposição quando se coloca de pé atrás, relativamente ao convite para integrar uma comissão cuja maioria tem uma agenda definida. Do meu ponto de vista, se Passos Coelho deseja uma "Reforma do Estado", enquanto primeiro-ministro não precisa, para já, dos restantes partidos, pois na qualidade de líder do governo, pode e deve começar a cortar, não nas pobres pessoas, mas onde o Estado é de facto gordo, onde está inchado e se impõe adequado tratamento. A "Reforma do Estado" não deve visar direitos sociais, não deve cortar no "serviço público", nas abusivas e desconexas privatizações cujo fim último é perceptível, deve ir tão longe quanto possível naquilo que não existindo ninguém dá por falta!
Ilustração: Google Imagens.
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