FIM DE ESTRADA
Ontem li um texto do Jornalista Ricardo Duarte Freitas, absolutamente esclarecedor da situação que se vive. Peço-lhe licença para aqui publicar uma parte que considerei significativa. Tem muito a ver com as políticas seguidas, onde a Economia foi esquecida. A preocupação foi construir, a torto e a direito, gastando à grande e à francesa, o que conduziu, sublinha o Jornalista, à "falência da ‘Madeira Nova’, essa fábrica ilusionista que mais desempregados produziu no sector da construção civil". Vale a pena ler.
"(...) A orografia explica muita coisa, mas não explica tudo. Mais duro do que o basalto é a cabeça de um desgoverno obcecado em tirar proveitos e dividendos da política de asfalto sobre betão armado que foi realmente estruturante durante duas décadas mas que nos últimos anos vem alinhando cadernos de encargos de obras com calendários eleitorais e iludindo o povo. Fizeram-se as estradas que podíamos ter e aquelas que não podíamos pagar. A quem serve o túnel da via expresso em São Vicente, um corredor de mercadorias perigosas com mais de 2.400 metros onde não há uma única boca-de-incêndio sequer? A quem serve os 40 milhões de euros em juros reclamados pelas construtoras? Quem responde pela dívida de 247 milhões e pelas fases de sete empreitadas das vias expresso, paradas no norte e oeste da ilha? No fim de estrada está a falência da ‘Madeira Nova’, essa fábrica ilusionista que mais desempregados produziu no sector da construção civil. O desígnio do desenvolvimento sustentável preconizado durante décadas resume-se hoje a túneis sem luz ao fundo e estradas sem saída. É assustador que uma região com as características geográficas e com a importância turística que a Madeira tem despreze tanto a componente segurança na sua rede rodoviária regional. Como pode a região da União Europeia com mais túneis por área dar-se ao luxo de dispensar-se de cumprir os requisitos mínimos de segurança sugeridos numa Directiva Comunitária? (...)"
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