Não são os movimentos da República que desejam ver o presidente do governo regional fora da chefia do governo. Errado está quem assim pensa. O processo de sucessivas loucuras, a ofensa gratuita e permanente, a incapacidade gestionária, a clara ausência de visão sobre o futuro onde se impunha uma transformação graduada no tempo e respeitadora das prioridades, é que estão na raiz do descalabro em todos os sectores e áreas da governação. Jardim definiu-se como o "único importante" desta terra, logo terá de ser responsabilizado pelas "acções e omissões" dos seus governos. Jardim criou na Região, do ponto de vista institucional, a estrutura de um país, governou sempre com maioria absoluta, contou sempre, embora refilando por mais, com muitos milhões da União Europeia e da República, controlou toda a sociedade, espezinhou politicamente todos quantos tentaram dizer que o rei ia nu, agora, vem com a treta da "Moção de Confiança", a qual como é óbvio, será aprovada pela diferença de três deputados. Confiança em quê, num governo que desgraçou a Região? Confiança num governo que escondeu contas por pagar? Confiança num governo, alegadamente, a contas com a Justiça? Confiança quando não desfruta da confiança de mais de metade da população da Madeira? Demitam-se!
O "bailinho" será agora outro! |
O desespero a que ponto chega. Um governo, com maioria absoluta, apresentar uma "Moção de Confiança". Hilariante. No dia agendado, vinte e cinco deputados vão pintar de cores frescas e garridas aquilo que é negro. Só aqui. Ou então, o próprio presidente do governo e líder do PSD não tem confiança no seu grupo parlamentar. É uma hipótese a considerar. No meio disto, talvez, de uma forma pouco atenta, segui ontem numa peça da RTP-Madeira, sublinhando que daquela forma o PSD "esvaziava" as "Moções de Censura" apresentadas ou a apresentar pela oposição. Não esvazia nada, absolutamente nada. Se, na de "confiança", a maioria, tal como já referi, utilizará o tempo disponível para colocar Jardim no altar, com a oposição a contrariar os argumentos apresentados, nas de "censura" assistir-se-à ao ataque da oposição com a maioria a defender-se. Com um pormenor: é que a oposição, estrategicamente, não deverá fazer muito fogo na "Moção de Confiança", enquanto que, na volta, com mais tempo, fará a desconstrução das políticas do governo regional. Portanto, a posição do governo não esvazia rigorosamente nada. Esquisito, sim, sentirem a necessidade de utilização da sua própria maioria para, no essencial, dizerem "daqui não saio, daqui ninguém me tira"! A "Moção de Confiança" acaba por constituir um atestado de doença de um corpo politicamente moribundo.
Ainda hoje, na edição do DN-Madeira, uma vez mais, ficou clara a situação de falência técnica do sistema regional de saúde com mais de 540 milhões de euros em dívida e 15.000 cirurgias em lista de espera! É assim na Saúde, mas é assim na Educação, onde não há dinheiro para nada, porque a prioridade é, aos poucos, ir pagando as facturas da louca "obra" realizada. É assim na Saúde, é assim na Educação, mas também no sistema empresarial, com falências em catadupa, com 25.000 desempregados fora aqueles que emigraram. Quando todo o sistema político, económico, financeiro e social está em evidente colapso, vem o governo apresentar uma "Moção de Confiança". Trata-se de uma política de contornos hilariantes e esquizofrénicos, corolário de 37 anos consecutivos de governo absoluto e insensível.
Ora, não são os movimentos da República que desejam ver o presidente do governo regional fora da chefia do governo. Errado está quem assim pensa. O processo de sucessivas loucuras, a ofensa gratuita e permanente, a incapacidade gestionária, a clara ausência de visão sobre o futuro onde se impunha uma transformação graduada no tempo e respeitadora das prioridades, é que estão na raiz do descalabro em todos os sectores e áreas da governação. Jardim definiu-se como o "único importante" desta terra, logo terá de ser responsabilizado pelas "acções e omissões" dos seus governos. Jardim criou na Região, do ponto de vista institucional, a estrutura de um país, governou sempre com maioria absoluta, contou sempre, embora refilando por mais, com muitos milhões da União Europeia e da República, controlou toda a sociedade, espezinhou politicamente todos quantos tentaram dizer que o rei ia nu, agora, vem com a treta da "Moção de Confiança", a qual como é óbvio, será aprovada pela diferença de três deputados. Confiança em quê, num governo que desgraçou a Região? Confiança num governo que escondeu contas por pagar? Confiança num governo, alegadamente, a contas com a Justiça? Confiança quando não desfruta da confiança de mais de metade da população da Madeira? Demitam-se!
Ilustração: Google Imagens.
4 comentários:
Desculpe, mas não está vendo as coisas como deve. Confiança, há que tê-la, na capacidade de representação dos "artistas" empossados, após as eleições de 2011, para nos presentearem, durante 4 anos, com a novela: A Madeira em marcha!
Obrigado pelo seu comentário.
Bem analisado!
O problema é saber em marcha para onde? Para o abismo?
É marcha lenta e atenta a ver o que dá. O abismo, como dizem, foi cavado por outros e o avião sempre permite ultrapassar quedas graves.
Obrigado pelo seu comentário.
A propósito de avião, contaram-me que, recentemente, num determinado momento político embaraçoso, numa agência de viagens, chegou a ter 45 reservas para o Brasil. Terá sido verdade?
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