Então o Sócrates foi culpado pelo estado a que o País chegou (hoje já dizem por aí, volta que estás perdoado), apenas por seis anos de governação, e aqui, a caminho de quarenta anos de poder absoluto, de quem é a culpa? Morrerá solteira? Alberto João Jardim, em todos os actos eleitorais legislativos, não dispôs de maioria absoluta? O PSD-M não teve, por isso, maioria parlamentar para fazer o que quis e entendeu? Não montou uma monumental engrenagem de secretarias, direcções regionais, institutos, sociedades de desenvolvimento, o controlo de todos os municípios e de quase todas as juntas de freguesia, casas do povo, clubes, enfim, tudo o que por cá abanasse não foi controlado? Não dispôs de um Jornal da Madeira para a sua propaganda? Não contou com fundos europeus que, inclusive, levou um secretário a confidenciar-me que "dinheiro é coisa que não falta"? Mais, tal como um dia disse, não dispôs dos Bispos que interessavam à Madeira? Então a culpa é de Lisboa? Que raio de governante este que não assume as culpas, com humildade? Por que não vai vender o seu peixe para outra freguesia? Deixe-nos da mão! Reforme-se da política e vá embora. Já não há quem o aguente.
Contava...! |
E como sempre acontece a culpa é das políticas de Lisboa, disse o presidente do governo regional, agora a inaugurar umas ruelas no Jardim do Mar. "Já se sabe que é preocupante, as coisas como estão, já se esperava isto. Se não há margem para a Região fazer mais investimento, obviamente que essa é a consequência". Ele nem pensa que o zé povinho é capaz de se interrogar: mas, afinal, a Região que tem um espaço geográfico limitadíssimo e uma área habitacional condicionada, onde é que ele, mais cedo do que tarde, lançaria obras? No Paul da Serra? Mais túneis, marinas, piscinas e centros cívicos? Ou será que o que se está a passar é a consequência de uma grosseira falta de planeamento e de uma claríssima falta de respeito pelo cumprimento dos mais elementares princípios do desenvolvimento? Então o Sócrates foi culpado pelo estado a que o País chegou (hoje já dizem por aí, volta que estás perdoado), apenas por seis anos de governação, e aqui, a caminho de quarenta anos de poder absoluto, de quem é a culpa? Morrerá solteira? Alberto João Jardim, em todos os actos eleitorais legislativos, não dispôs de maioria absoluta? O PSD-M não teve, por isso, maioria parlamentar para fazer o que quis e entendeu? Não montou uma monumental engrenagem de secretarias, direcções regionais, institutos, sociedades de desenvolvimento, o controlo de todos os municípios e de quase todas as juntas de freguesia, casas do povo, clubes, enfim, tudo o que por cá abanasse não foi controlado? Não dispôs de um Jornal da Madeira para a sua propaganda? Não contou com fundos europeus que, inclusive, levou um secretário a confidenciar-me que "dinheiro é coisa que não falta"? Mais, tal como um dia disse, não dispôs dos Bispos que interessavam à Madeira? Então a culpa é de Lisboa? Que raio de governante este que não assume as culpas, com humildade? Por que não vai vender o seu peixe para outra freguesia? Deixe-nos da mão! Reforme-se da política e vá embora. Já não há quem o aguente.
Quando a taxa de desemprego era muito inferior aos 10%, na Assembleia Legislativa foram tantas e tantas as chamadas de atenção, tantos os alertas que a Região caminhava para uma situação insustentável. Negaram, sistematicamente. E lá aparecia o secretário Brazão de Castro, em um titânico esforço de tira daqui e põe acolá, martelando os números, para que a taxa nunca fosse a verdadeira. Foi assim durante anos, mas todos sabíamos que ela crescia e um dia a verdade seria conhecida. O próprio INE desconfiou e chamou a si essa responsabilidade e, hoje, a Madeira está em cima dos 20% (22.636 desempregados). Lamentavelmente irá crescer ao longo deste ano. E o "chefe das Angústias", no meio deste carnaval governativo trapalhão, serenamente, diz que não tem nada a ver com isso, que a culpa é de Lisboa.
Se este político fosse sério teria de justificar, no Parlamento, esta situação de completa ruptura económica e social. Teria de ir ali não só justificar como apresentar as respectivas soluções. Mas não, fica na quinta, enclausurado, preparando umas bocas, pequenas ou grandes, ou, então, apertando as porcas aos parafusos que se vão soltando na Rua dos Netos. Que tristeza e que modelo de governação infame que trata todos por estúpidos, conduz o povo à pobreza ao mesmo tempo que sacode dos ombros as suas responsabilidades. Quantos dias faltam para a mudança?
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário