Milhões de portugueses que não foram sequer clientes do BPN, do Banco Privado ou do Banif, entre outros, estão a pagar dos seus impostos aquilo que outros tramaram nas suas costas, como é o caso da Madeira. Estamos a pagar a factura interna, mas também a factura externa imposta por directórios que querem lá saber da pobreza e da exclusão social! Que razões justificam a generalidade dos portugueses terem de pagar uma coisa para a qual não contribuíram? Equidade, o tanas! Alguém rouba e, por equidade, temos de pagar o buraco? Que razões justificam, perante isto, a mudez do Presidente da República em toda esta história tenebrosa que condena toda a classe média à pobreza, e os pobres à condição de vida miserável? E no meio desta selvajaria, deste gangsterismo, deste núcleo de Al Capones dos novos tempos que matam sem um único tiro, vemos três figurinhas, politicamente repelentes, a entrar no País sob a capa de técnicos da troika, para imporem como é que temos de viver. E o governo aceita. E o governo verga-se. Quando, na verdade, não emprestaram dinheiro a Portugal, venderam sim dinheiro a Portugal. E se venderam, tal como qualquer cidadão quando contratualiza com um banco, tem de haver um ajustamento entre o devedor e o credor. Nunca desta maneira. Mas com a maior desfaçatez dizem que é preciso cortar aqui e ali e o governo corta aqui, ali e acolá! Sempre mais um pouco. E o povo encolhe-se, e o povo emagrece, e o povo suicida-se ao ritmo de cinco por dia, e as crianças passam fome, e os desempregados aumentam, e os empresários desesperam, e os idosos sentem que retiram a protecção à sua velhice, e os jovens emigram, e os sectores estratégicos do Estado e não só são desmantelados para deleite e lucro dos privados. Raios os partam.
O Primeiro-Ministro ficou ofendido pelo facto da Deputada Luísa Apolónia, do partido "Os Verdes", na Assembleia da República, ter referido a palavra "roubo" quando se reportou aos cortes de que são vítimas os portugueses em geral. Não foi a primeira vez que se sentiu incomodado. Felizmente, a Presidente da Assembleia não considerou existir, em função da contextualização, qualquer ofensa. Pessoalmente, digo mais, não se trata de um roubo revestido de legalidade, mas de um confisco. Este governo, em abstracto, não rouba, confisca, isto é, apodera-se dos bens particulares de pessoas indefesas. Não há memória, entre os vivos, de um saque tão premeditado e tão escandaloso. Pé ante pé, ou melhor, de mãozinha subtil, mês após mês, vão retirando aquilo que não pertence ao Estado, que é produto do trabalho com direitos, a não ser que já nos tivessem "nacionalizado". O escândalo deste confisco não está apenas espelhado nas gravosas tabelas de IRS, nas sucessivas taxas e sobretaxas aplicadas, umas por cima das outras onde nada escapa e, ainda, na contribuição extraordinária de solidariedade. O confisco vai mais longe e de forma despudorada. Ele está, por exemplo, nesse vergonhoso IMI, onde milhares de portugueses, espremeram os seus recursos até à última gota para terem a sua habitação e, agora, num ápice, sentem que passaram a pagar uma renda ao Estado. Os valores pagos em Maio e em Setembro, divididos por doze meses configuram que, todos quantos se atreveram a ter casa própria, é hoje inquilino do Estado. Os portugueses pagaram o terreno, pagaram os materiais e a construção, pagaram as taxas municipais, pagaram tudo e, agora, surge o Estado, sorrateiramente, e quase que chama seu aquilo que foi construído pelos cidadãos com enorme sacrifício. Mas há mais. Já não falo sequer do IVA, das taxas moderadoras, do que andam a fazer à saúde e à educação, já não falo do corte sujo nos direitos sociais, iniciado com o perverso código do trabalho onde o trabalhador é, a todo o momento, uma peça descartável, falo antes da constatação do empobrecimento crescente, no desespero das famílias e das pessoas que passam fome, enquanto um grupo come e vive do dinheiro da especulação alardeando, cada vez mais, a ostentação muitas vezes obscena. Isto é roubo, senhor primeiro-ministro (intencionalmente com letra minúscula), isto é um saque que não poupa reformados e pensionistas, gente que durante quarenta e mais anos entregou ao Estado os seus impostos para que agora veja o dinheiro que lhe pertence confiscado. Isto não tem outro nome, é roubo e saque premeditado, por mais que lhe custe ouvir.
Não é "ROUBO", mas um confisco. Oiça bem... CONFISCO |
Milhões de portugueses que não foram sequer clientes do BPN, do Banco Privado ou do Banif, entre outros, estão a pagar dos seus impostos aquilo que outros tramaram nas suas costas, como é o caso da Madeira. Estamos a pagar a factura interna, mas também a factura externa imposta por directórios que querem lá saber da pobreza e da exclusão social! Que razões justificam a generalidade dos portugueses terem de pagar uma coisa para a qual não contribuíram? Equidade, o tanas! Alguém rouba e, por equidade, temos de pagar o buraco? Que razões justificam, perante isto, a mudez do Presidente da República em toda esta história tenebrosa que condena toda a classe média à pobreza, e os pobres à condição de vida miserável? E no meio desta selvajaria, deste gangsterismo, deste núcleo de Al Capones dos novos tempos que matam sem um único tiro, vemos três figurinhas, politicamente repelentes, entrarem no País sob a capa de técnicos da troika, para imporem como é que temos de viver. E o governo aceita. E o governo verga-se. Quando, na verdade, não emprestaram dinheiro a Portugal, venderam sim dinheiro a Portugal. E se venderam, tal como qualquer cidadão quando contratualiza com um banco, tem de haver um ajustamento entre o devedor e o credor. Nunca desta maneira. Mas com a maior desfaçatez dizem que é preciso cortar aqui e ali e o governo corta aqui, ali e acolá! Sempre mais um pouco. E o povo encolhe-se, e o povo emagrece, e o povo suicida-se ao ritmo de cinco por dia, e as crianças passam fome, e os desempregados aumentam, e os empresários desesperam, e os idosos sentem que retiram a protecção à sua velhice, e os jovens emigram, e os sectores estratégicos do Estado e não só são desmantelados para deleite e lucro dos privados. Raios os partam.
E por aqui fico, do muito que gostaria de dizer, mas oportunidades não faltarão.
Ilustração: Google Imagens.
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