Passos Coelho e Paulo Portas, por um lado, são mais fundamentalistas que uma qualquer religião inflexível. O livro das suas convicções não admite quem os interrogue e coloque em causa. A resposta é sempre em dose maior que a anterior. E a nós, que não cremos nesse caminho, ainda ontem, senti que estava no meio de uma "intifada", numa espécie de guerra de pedras perante um poder fanático, radical e quase totalitário. As pedras transformaram-se em palavras, directas, azedas e convictas contra aqueles que venderam o povo aos desígnios dos interesses de uns quantos. Isto, por lá. Por aqui, este governo regional sob suspeita, envolvido, colectivamente, em investigação judicial, ficou claro que está na recta final. Aquilo que escutei, numa espécie de via sacra pelos pontos fundamentais dos diversos poderes (Assembleia, Representante da República, Banco de Portugal e Presidência do Governo) determinam que este povo descobriu quanto foi enganado, daí a mensagem: "No dia que o povo acordar, os governantes não conseguirão dormir". Certamente que já terão dificuldades porque "La grande bouffe" está a terminar. A comilança acabou e, politicamente, morrerão. Quando, frente à Quinta Vigia se ouve "Cachorro és tu! (...) "Mentiroso, mentiroso, tu és um mentiroso" (...) "Rua, rua, rua!" (...) "Vem cá fora, vem cá fora, vem cá fora!" (...) "Ditador! Ditador! Ditador! Ditador!", quando o sentido é este, dito de forma bem alta e desinibida, parece-me evidente que Alberto João Jardim e a sua equipa, neste momento, deveriam já estar a arrumar as suas secretárias. Basta de tanta porcaria, de tanta mentira e de tanto sofrimento consequência de muitos anos que a vertigem do poder pelo poder embalou.
Estes dois governos, o da República e o da Madeira estão condenados. As imagens que os vários operadores de televisão nos trouxeram ditaram que o poder político está nas mãos do povo. São muitas centenas de milhar de cidadãos, do Minho ao Corvo, que disseram NÃO a estas políticas de empobrecimento, políticas de raiz mentirosa ao serviço dos grandes senhores da finança internacional. Essa gente tem de ser colocada em sentido, retirando-lhes o poder que têm, poder esse que esmaga, que tritura povos que a única coisa que desejam é viver com dignidade.
Ontem vi imagens comoventes, de jovens com as lágrimas nos olhos, vi idosos desesperados, vi gente que afirmou nunca ter participado em manifestações, vi gente conhecida da designada classe média totalmente revoltada com o que se está a passar. Eu vi, uma vez mais, depois de quase quarenta anos, a esperança que Abril devolveu estampada nos rostos dos que saíram à rua. Eu vi políticos oposicionistas, artistas, criadores, empresários, professores, médicos, trabalhadores em geral, cantando a "Grândola" de forma expressiva e convincente. E quando passo os olhos pelos cartazes ou ouço as palavras de ordem, concluo que o caminho está aberto para colocar, permitam-me o desabafo embora desagradável, esta corja a andar, colocar a milhas esta gente insensível à dor de um povo que já não tem mais para dar. Rua, porque a Democracia tem mecanismos próprios para a solução dos problemas, por mais complexos que sejam.
Passos Coelho e Paulo Portas, por um lado, são mais fundamentalistas que uma qualquer religião inflexível. O livro das suas convicções não admite quem os interrogue e coloque em causa. A resposta é sempre em dose maior que a anterior. E a nós, que não cremos nesse caminho, ainda ontem, senti que estava no meio de uma "intifada", numa espécie de guerra de pedras perante um poder fanático, radical e quase totalitário. As pedras transformaram-se em palavras, directas, azedas e convictas contra aqueles que venderam o povo aos desígnios dos interesses de uns quantos. Isto, por lá. Por aqui, este governo regional sob suspeita, envolvido, colectivamente, em investigação judicial, ficou claro que está na recta final. Aquilo que escutei, numa espécie de via sacra pelos pontos fundamentais dos diversos poderes (Assembleia, Representante da República, Banco de Portugal e Presidência do Governo) determinam que este povo descobriu quanto foi enganado, daí a mensagem: "No dia que o povo acordar, os governantes não conseguirão dormir". Certamente que já terão dificuldades porque "La grande bouffe" está a terminar.
A comilança acabou e, politicamente, morrerão. Quando, frente à Quinta Vigia se ouve "Cachorro és tu! (...) "Alberto, escuta, o povo está em luta!" (...) "Mentiroso, mentiroso, tu és um mentiroso" (Entoado com a sonoridade de Campeões, Campeões, nós somos campeões) (...) "Rua, rua, rua!" (...) "Vem cá fora, vem cá fora, vem cá fora!" (...) "Ditador! Ditador! Ditador! Ditador!" (...) "Está na hora, está na hora, está na hora do governo ir embora!", quando o sentido é este, dito de forma bem alta e desinibida, parece-me evidente que Alberto João Jardim e a sua equipa, neste momento, deveriam já estar a arrumar as suas secretárias. Basta de tanta porcaria, de tanta mentira e de tanto sofrimento consequência de muitos anos que a vertigem do poder pelo poder embalou. Estou em crer que as investigações em curso irão longe e o povo saberá toda a verdade, a qual, pressuponho, está muito para além da investigação em curso e, numa situação destas, não terão condições políticas para governar. A palavra será devolvida ao povo que se pronunciará em acto eleitoral. A ver vamos.
Ilustração: Arquivo próprio.
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