O Economista João César das Neves é uma anedota política. Há muito que evidencia, talvez a palavra seja esta, ódio aos pobres e aos excluídos da sociedade. Diz-se católico, mas certamente não perfila Cristo. Não sei como se pode ser professor universitário com uma cabeça sempre em "primeira" ou engatada em "marcha atrás". César é uma versão Ulrich, qual deles o mais estreito em pensamento político, económico, social e cultural. Mas esses , e outros, têm palco, podem dizer as asneiras todas, podem ofender, podem utilizar o megafone dos interesses do governo, como frente avançada dos poderes instalados e ideológicos, todavia, habilidosamente, mantendo, como convém, o distanciamento e, com uma lata proporcional aos tais interesses, abrem a boca e soltam a asneira e a provocação. Ouvir um César, um Ulrich ou um Medina, pela falta de contextualização, pela ausência de rigor histórico, só me fazem lembrar Almada Negreiros e o "Manifesto Anti-Dantas". Parafraseando, diria: (...) Morra o "César", morra! Pim! (...)
Uma geração com um "Medina" ao leme é uma canoa em seco!
O "César" é um cigano!
O "Ulrich" é meio cigano!
O "Medina" é um habilidoso!
O "César" é um cigano!
O "Ulrich" é meio cigano!
O "Medina" é um habilidoso!
O "César, o "Ulrich" e o "Medina" especulam e inoculam os concubinos! (...)
Diz o Dr. João César das Neves que baixar a idade da reforma seria "suicida"; que aumentar o salário mínimo "é estragar a vida aos pobres" (...) que a maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres. E diz isto com uma tal arrogância, refastelado no cadeirão, e sobretudo com agressividade e despudor perante tanta gente que passa mal. César é dos tais que não sabe nada de pobres, nem de pobreza, nem como se combate esse flagelo. Ulrich, com uma desfaçatez do tamanho de Portugal, assume que eles "aguentam". Medina, fala do óbvio, critica tudo e todos, ninguém lhe escapa, mas não apresenta uma única solução para os problemas. Agora, convida outros da mesma linha de pensamento para dizer o que já poucos toleram ouvir do seu velho e riscado disco. E esta gente fala e fala, descontextualiza, ignora a História, passa ao lado de outras variáveis e o curioso é que são chamados a dar opinião. Talvez porque não têm problemas em se expor ao ridículo. César das Neves e outros deveriam fazer uma viagem guiada pelo Portugal profundo, ouvir os vários milhões de aqui nascidos que vivem de forma desumana, passar pelas muitas instituições de solidariedade social para se aperceberem de quem lá vai pedir ajuda e quem são os novos pobres, entrar nas casas e ver a sobrelotação, olhar para os idosos e assistir ao seu sofrimento e bastas vezes à violência de que são vítimas, tomar consciência que são retirados aos lares, onde desfrutam de assistência, para poderem apoiar filhos e netos com as suas magras pensões, basta ser sensível aos 120.000 por ano que abandonam o País por não encontrarem um mínimo de felicidade em Portugal. Finalmente, César olha para os reformados e pensionistas e aplaude o confisco sobre os seus direitos, porventura considera muito bem que todos os direitos sociais sejam coarctados, porque ele, certamente, passa bem.
César escreveu, ontem no DN-Lisboa: "Não há felicidade maior do que saber que Deus, o Deus supremo, sublime, transcendente, que fez o céu e a terra, se entregou à morte para me salvar. A mim pessoalmente. Nas nossas cidades e aldeias, nas casas e capelas de Portugal, em especial neste Ano da Fé que agora termina, tudo lembra este facto radical. Apesar disso, ele é esquecido a cada passo. Por isso as nossas vidas não são felizes. Ele está pendurado por minha causa. Nas paredes das salas, nas frontarias das igrejas, nos quadros dos museus, até no meu peito, em todo o lado a imagem da cruz lembra que Aquele ali, coberto de sangue, foi condenado à morte por minha causa. Eu vivo a minha vida, em cada momento, sob o olhar do que está num patíbulo em vez de mim. (...)". Que grande incoerência! Veja-se ao espelho.
Ilustração: Google Imagens.
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